Na manhã desta terça-feira (26), o secretário executivo de Serviços Públicos de Petrolina, Alisson Oliveira, abordou em entrevista ao Nossa Voz os impactos das chuvas registradas na última segunda-feira. Segundo dados da APAC, a precipitação chegou a 135 mm em alguns pontos da cidade, causando transtornos em áreas vulneráveis e evidenciando problemas relacionados à drenagem e limpeza urbana.
“A gente tem uma cidade plana, com muitos problemas relacionados às drenagens. Algo que impacta muito é a sujeira acumulada nas passagens de água, como grelhas, canaletas e canais. É fundamental que a população compreenda que, mesmo em condições normais, a sujeira já dificulta o escoamento. Durante períodos chuvosos, a água acaba levando mais detritos, agravando a situação. Para se ter uma ideia, muitas vezes nossas equipes precisam agir de imediato, mesmo durante a chuva, para desobstruir as passagens e permitir que a água escoe rapidamente”, explicou o secretário.
Oliveira destacou o esforço conjunto entre a prefeitura, Defesa Civil e outras secretarias para minimizar os impactos das chuvas. Ele ressaltou a importância de medidas preventivas, como a limpeza de canais, e citou ações realizadas em áreas críticas como a Lagoa do Jatobá, que teve bombas acionadas para esgotamento, e o bairro São Gonçalo, onde grelhas foram limpas para evitar alagamentos.
“Estamos trabalhando intensamente para manter os canais limpos, pois ainda há previsão de mais chuvas. Ontem, nossas equipes intervieram rapidamente em áreas como o Jardim Petrópolis e o Dom Avelar. Além disso, temos obras de drenagem em andamento, como o alargamento do canal da Redenção e drenagens profundas em 21 ruas no Dom Avelar. Isso vai trazer melhorias significativas para o escoamento das águas e prevenir transtornos futuros.”
Durante a entrevista, o secretário também criticou a atuação da Compesa, responsável pelo abastecimento de água e saneamento no estado, apontando falhas na recomposição de vias e manutenção de redes. Ele citou exemplos de obras mal executadas que resultaram em prejuízos para a cidade.
“É inadmissível que a Compesa não cumpra sua responsabilidade. Temos bairros como João de Deus, onde as intervenções dela geraram caos. Recentemente, gastamos quase R$ 1 milhão para reparar estragos causados pela empresa. Isso é dinheiro público, que deveria estar sendo usado para outros fins. A Compesa precisa dar respostas concretas e assumir sua parte na manutenção da cidade”, pontuou Oliveira.
Durante a entrevista, moradores do bairro Pedra Linda expressaram insatisfação com problemas recorrentes de alagamento. Domingos, residente da área, destacou o acúmulo de água na entrada do bairro como um dos principais transtornos. “Aqui sofremos com o acúmulo de água na entrada do bairro, principalmente depois que o asfalto da rotatória do C3 foi concluído sem escoamento adequado. Após asfalto mal executado pelo DER, o problema só piorou. Não fizeram o escoamento adequado, e a água acumula. Precisamos de uma solução urgente”, afirmou.
Ele também sugeriu a necessidade de ações emergenciais. “Seria bom conseguir um aterro para minimizar os danos, porque a situação aqui está complicada”, completou.
Em resposta, Oliveira prometeu verificar as demandas dos moradores e cobrar providências do DER. “É importante que o órgão responsável pela obra venha até aqui, explique o que foi feito e apresente soluções. Nossa prioridade é garantir o bem-estar da população, e estamos empenhados nisso”, destacou.
O secretário garantiu que a prefeitura avaliará as demandas da comunidade. “Vamos verificar como atender as solicitações dos moradores, inclusive sobre o aterro na entrada do bairro e a Rua Jericó. É importante também que o DER compareça ao local para prestar esclarecimentos sobre a obra”, contou.
De acordo com a APAC, há previsão de mais chuvas para esta semana. Por isso, a prefeitura reforçou o pedido para que a população evite descartar lixo em locais impróprios e mantenha atenção redobrada em áreas de risco. “Estamos prontos para agir, mas precisamos da colaboração de todos para minimizar os impactos. Nenhuma cidade do mundo está totalmente preparada para chuvas acima da capacidade prevista, mas trabalhamos para reduzir os transtornos o mais rápido possível”, finalizou Oliveira.