Nesta quarta-feira (27), o programa Nossa Voz recebeu o vereador Ronaldo Silva e o comerciante Teba Durando para discutir os transtornos causados pelas obras de duplicação na Avenida Honorato Viana, em Petrolina. Uma reunião está marcada para hoje (27), com a presença de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Comissão de Obras da Câmara Municipal e do secretário de obras do município, além de empresários da região afetada, para debater soluções.
De acordo com o comerciante Teba Durando, os impactos para os lojistas têm sido severos. “Nós estamos enfrentando, com a duplicação da Honorato Viana, uma série de dificuldades. Além da queda no faturamento, há problemas de acessibilidade e tráfego. A obra começou em março do ano passado e já estamos em novembro, mas os avanços são lentos. Algumas lojas registraram queda de até 70% no faturamento, demissões estão acontecendo, e outras empresas estão à beira de fechar. Nossa luta não é contra a obra, porque sabemos que ela valorizará a região e melhorará o tráfego, mas precisamos de acessibilidade enquanto ela está em andamento para que os clientes consigam acessar nossas lojas,” explicou.
O comerciante também destacou a relevância econômica da área. “Aquela avenida concentra 150 empresas, emprega 3.000 colaboradores e movimenta 60 milhões de reais em faturamento. É uma área muito importante para a cidade, mas sentimos que o DNIT tratou o local como se fosse uma zona rural, sem considerar os impactos em uma área urbana.”
O vereador Ronaldo Silva criticou a falta de planejamento e apontou responsabilidades específicas. “Essa é uma obra de 122 milhões de reais, mas não houve planejamento adequado. Fizeram o projeto, conseguiram o dinheiro, mas não envolveram as partes impactadas, como o governo do estado e os comerciantes. Além disso, o DNIT não se planejou para a questão da rede de água e esgoto. Agora, a Compesa está gastando 8 milhões de reais em uma obra que é federal, quando poderia estar investindo em outras melhorias no município,” declarou.
Ronaldo também fez críticas à postura do poder público local. “A prefeitura tem sido omissa nesse processo. Cobra sabe por que é 122 milhões essa obra? É 17% de ISS, ou seja, quase 20 milhões de reais que estão entrando nos cofres da prefeitura com a construção dessa obra. Então ela tem que estar mais presente, fiscalizando. Vai prejudicar os comerciantes, vai fechar lojas, vai gerar desemprego. A prefeitura gerencia nosso município e deveria estar mais atenta a esses impactos,” disse.
O vereador também comentou os custos envolvidos e a situação da Compesa. “Teba falou de 300 mil reais da Compesa, mas ela já gastou 200 mil, vai gastar mais 300 mil agora, são 500 mil reais. E a gente vê Petrolina com falta d’água, precisando de mais adutoras, enquanto a Compesa está investindo em uma obra federal. Enquanto isso, o município vai ganhar quase 20 milhões em ISS, mas falta fiscalização. E ainda tem a questão da conclusão da obra, que nem tem previsão. Imagina esses empresários, como vão sobreviver a isso com as férias coletivas chegando?” concluiu.
O comerciante Teba reforçou a necessidade de uma postura mais eficiente do DNIT. “Mas o grande causador de tudo isso é o DNIT, porque a obra é feita por eles. A sensibilidade, a seriedade e a celeridade dessa obra têm que partir do DNIT. É isso que cobramos. Nós contamos com o apoio da Câmara Municipal de Vereadores, que depois que fomos lá na terça-feira da semana passada, junto com o Ronaldo, nosso problema ganhou mais visibilidade na cidade,” declarou.