Na última terça-feira (26), o evento promovido pela Universidade de Pernambuco (UPE Petrolina) “Tecer Diálogos: Proteção do Bioma Caatinga, lugar de adaptação e ensinamentos” reuniu pesquisadores e especialistas para discutir os desafios e as soluções voltadas para a conservação do bioma Caatinga. Entre os destaques da programação, a segunda mesa-redonda, intitulada “Biodiversidade da Caatinga: Conservação da Fauna e Flora”, contou com a participação do analista ambiental e pesquisador Paulo de Tarso Santos, do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) sediado no Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
O analista ambiental e pesquisador, Paulo de Tarso Santos, destacou as ações realizadas pelo Cemafauna, especialmente as voltadas para a proteção e reabilitação de espécies endêmicas da Caatinga. Ele frisou a importância de iniciativas que unem pesquisa e educação científica, e o engajamento da comunidade local, mas também ressaltou as dificuldades enfrentadas pela instituição, especialmente diante dos desafios impostos pelo aquecimento global.
“O Cemafauna tem trabalhado para mostrar que a biodiversidade da Caatinga é única e essencial. Atuamos não só no resgate e cuidado de espécies impactadas pela atividade humana, mas também na disseminação de conhecimento, fortalecendo a educação ambiental como uma ferramenta para transformar realidades. No entanto, enfrentamos desafios crescentes, especialmente devido aos efeitos do aquecimento global. As mudanças no regime de chuvas, o aumento das temperaturas e a intensificação de períodos de seca têm afetado drasticamente os habitats das espécies que buscamos proteger. Isso torna nosso trabalho ainda mais urgente e difícil,” afirmou Paulo de Tarso.
Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, o Cemafauna continua investindo em estratégias de mitigação e adaptação, bem como em parcerias com outras instituições para garantir a continuidade de suas ações. “Acreditamos que o futuro da conservação depende de unir ciência, prática e engajamento da população. Precisamos urgentemente de mais apoio e conscientização sobre os impactos do aquecimento global na biodiversidade da Caatinga,” concluiu o analista.
A mesa-redonda foi mediada por Danielle de Souza, professora da UPE, que pontuou a relevância do diálogo interdisciplinar para a proteção do bioma. O “Tecer Diálogos” promoveu um espaço rico de trocas, reafirmando o compromisso da ciência e da sociedade na defesa de um dos biomas mais singulares e desafiadores do Brasil.
Texto: Jaquelyne Costa
Fotos: Arquivo Cemafauna