A temporada de síndromes gripais traz preocupação devido à alta circulação de vírus respiratórios. Para esclarecer dúvidas e oferecer orientações, o médico pneumologista, Dr. José Carlos, participou do programa “Nossa Voz Saúde”.
“Há uma confusão no Brasil sobre o que é gripe e o que é resfriado. Na medicina, essas condições são bem divididas. Gripe é mais intensa e causada pelo vírus influenza, que tem vacinação anual. Já os resfriados, geralmente leves, são causados por outros vírus respiratórios, como o rinovírus, e se manifestam com espirros, coriza e dor de garganta. Os quadros gripais, no entanto, podem apresentar febre alta, tosse intensa, falta de ar e dores no peito, exigindo mais atenção”, explicou o especialista.
A disseminação dos vírus ocorre principalmente por gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. “Medidas como higienizar as mãos, usar máscaras em locais fechados e evitar aglomerações são fundamentais para conter a transmissão. A vacinação é outro ponto crucial, especialmente para grupos de risco como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas”, ressaltou Dr. José Carlos.
Sobre complicações mais graves, ele alertou: “Cerca de 1% dos casos em pessoas saudáveis podem evoluir, mas esse número sobe para 20% entre pacientes imunossuprimidos ou com comorbidades. Esses vírus podem destruir a barreira protetora do pulmão, favorecendo o crescimento de bactérias e levando à pneumonia. Sinais de alerta incluem febre persistente, falta de ar e piora do quadro após melhora inicial.”
Quanto à vacinação anual contra influenza, Dr. José Carlos explicou sua importância: “Os vírus sofrem mutações constantes, e a cada ano as vacinas são ajustadas para combater as variantes mais prevalentes. É uma medida segura e eficaz para prevenir complicações graves.”
Em relação ao uso do ar-condicionado, o especialista destacou que os filtros devem ser limpos periodicamente. “Filtros acumulam poeira, fungos e ácaros, que podem irritar o pulmão. Além disso, o ar seco pode ressecar a mucosa, reduzindo sua proteção natural. Recomendo usar umidificadores ou mesmo um recipiente com água no ambiente.”
Por fim, o especialista desmistificou o papel do frio nas infecções respiratórias. “O frio, por si só, não causa doenças. O problema está na maior concentração de pessoas em locais fechados, o que aumenta o contato com os vírus. Já o choque térmico pode desencadear sintomas em quem tem condições como asma ou sensibilidade respiratória.”