Janeiro é marcado como o mês de conscientização sobre a hanseníase, uma doença que ainda enfrenta estigmas sociais, mas que pode ser tratada e controlada se diagnosticada precocemente. Em Petrolina, a campanha “Janeiro Roxo” está em andamento, com ações voltadas para a identificação precoce de casos e o combate ao preconceito.
Carolina Braga, coordenadora do Programa de Hanseníase em Petrolina, destacou a importância dessas iniciativas em entrevista ao programa Nossa Voz:
“Estamos realizando ações junto à equipe da atenção básica, como mutirões para avaliar contatos de hanseníase e o Dia D, programado para 31 de janeiro. Além disso, ao longo de todo o mês, estamos promovendo buscas ativas para diagnosticar novos casos e garantir que ninguém fique sem atendimento.”
Como identificar a doença?
A hanseníase pode se manifestar por meio de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, sensação de formigamento e dores articulares. Segundo Carolina Braga, a avaliação médica é essencial:
“Pacientes com suspeitas devem procurar a unidade básica de saúde mais próxima. Nossos profissionais são capacitados para realizar a avaliação dermatoneurológica. Caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento é iniciado imediatamente e é totalmente gratuito, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.”
A necessidade do diagnóstico precoce
O diagnóstico e o tratamento oportunos são cruciais para evitar complicações mais graves, como problemas motores e sequelas permanentes. Carolina explica:
“A hanseníase, se não tratada, pode causar danos irreversíveis. Por isso, sempre orientamos a população a buscar ajuda logo nos primeiros sinais. Quanto antes o tratamento começar, maior a chance de evitar transmissões e complicações futuras.”
Preconceito e o impacto social
Apesar dos avanços no tratamento, o preconceito ainda é um desafio enfrentado por quem recebe o diagnóstico.
“Infelizmente, o estigma em torno da hanseníase ainda é muito presente. Muitos pacientes relatam dificuldades no ambiente de trabalho e até dentro de suas casas. É fundamental desmistificar a doença e reforçar que ela tem tratamento e cura.”
O tratamento pode variar de seis a 12 meses, dependendo do tipo de hanseníase, e inclui supervisão mensal por profissionais de saúde. Além disso, o município oferece apoio psicológico e fisioterapêutico para pacientes com complicações.
Carolina finaliza com uma mensagem à população:
“Queremos reforçar que a hanseníase tem cura. Procure ajuda ao menor sinal da doença. A conscientização e o diagnóstico precoce são fundamentais para prevenir complicações e combater o preconceito. O Janeiro Roxo é uma oportunidade para unir esforços em prol de uma Petrolina mais informada e saudável.”
A campanha continua durante todo o mês, com ações realizadas nas unidades básicas de saúde e palestras de conscientização.