Em entrevista concedida nesta quinta-feira (16), o capitão Lustosa, do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros, detalhou os desafios enfrentados pela corporação durante o período chuvoso, as estratégias adotadas para minimizar os riscos à população e destacou a importância da colaboração comunitária.
Ocorrências reduzidas, mas atenção permanece
De acordo com Lustosa, os últimos dias apresentaram menor volume de ocorrências, embora a corporação se mantenha em alerta. “Desde o último final de semana, percebemos que não tem havido tantos chamados relacionados às chuvas. Talvez porque, embora tenham ocorrido chuvas intensas, foram de curta duração. Diferentemente de anos anteriores, quando tivemos chuvas fortes por vários dias consecutivos e muitos chamados seguidos. Essas últimas semanas têm registrado ocorrências de menor porte, mas isso não significa que devemos baixar a guarda. O período chuvoso ainda não acabou, e precisamos manter as medidas preventivas e o preparo para atendimentos.”
Lustosa explicou que, em situações críticas, como chuvas prolongadas e aumento nas ocorrências, a corporação adota um plano conjunto com outros órgãos. “Quando o período de chuvas intensas se prolonga, montamos um gabinete de crise no nosso grupamento, na Dinter 2. Esse gabinete reúne todos os órgãos de segurança e a Defesa Civil, que atuam em conjunto conosco. Acompanhamos e monitoramos todas as ocorrências em tempo real, enviando equipes para os locais necessários e dando suporte às pessoas.”
Cuidados dentro e fora de casa
O capitão enfatizou a importância de medidas preventivas por parte da população, especialmente em relação à segurança dentro das residências. “É essencial observar infiltrações e evitar problemas na parte elétrica. Se a fiação for antiga, fios desencapados podem causar choques. Uma parede úmida, por exemplo, pode se tornar uma fonte de descarga elétrica. Outro cuidado importante é evitar se aproximar de janelas e portas de vidro. Com ventos fortes ou raios, esses vidros podem se estilhaçar e causar ferimentos.”
Lustosa também alertou sobre os riscos de buscar abrigo em lugares inadequados. “É perigoso se proteger embaixo de árvores durante tempestades, já que o raio procura o ponto mais alto para atingir. As marquises também não são locais seguros, pois podem desabar sob chuvas intensas. Se possível, entrem em lojas ou locais fechados que ofereçam proteção mais adequada.”
Riscos envolvendo veículos e descargas elétricas
O oficial também deu orientações para quem estiver em veículos. “Se um fio de energia cair sobre o carro, o ideal é permanecer dentro do veículo e chamar o Corpo de Bombeiros. Nós isolamos o local e acionamos a empresa de energia para cortar o fornecimento antes de liberar a área. Sair do veículo de forma errada pode resultar em choques graves. Se possível, aguarde dentro do carro até que o resgate chegue.”
Alerta sobre queimadas
Encerrando a entrevista, Lustosa chamou a atenção para os perigos das queimadas, comuns após o período chuvoso, quando a vegetação cresce e é frequentemente eliminada de forma inadequada. “As queimadas precisam ser controladas e informadas aos órgãos competentes. Já tivemos exemplos de incêndios de grandes proporções em outros países, e não estamos isentos de situações semelhantes. Vamos ter uma reunião com o Ministério Público para tratar das queimadas irregulares. Pedimos à população que colabore, evitando problemas adicionais nesse período.”
O capitão reforçou que, embora os fenômenos naturais sejam inevitáveis, a prevenção e a atuação conjunta entre corporação e sociedade podem reduzir significativamente os impactos.
