Novas regras facilitam pagar boletos com PIX e dão largada para juro menor em mercado trilionário de antecipação de vendas a prazo

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Resolução do Banco Central que entra em vigor nesta segunda-feira (3) facilita o pagamento de boletos com o PIX, o sistema de transferência de recursos em tempo real da instituição, assim como cria condições para aumentar a concorrência no mercado de duplicatas, ou seja, que trata da antecipação dos recursos provenientes de vendas a prazo feitas pelas empresas.

A primeira novidade cria normas para universalização do PIX como forma de pagamento nos boletos. O que as regras fazem é esclarecer e padronizar como a ferramenta poderá ser utilizada, com estabelecimento de responsabilidade entre os participantes. Algumas instituições já oferecem o PIX nos boletos, mas isso ainda está em fase de testes.

“Pagar pelo PIX é mais simples. Naturalmente, o mercado vai convergir para isso, vai ser natural. Quando uma instituição começa, a outra vai atrás não tem jeito. Já tem instituição fazendo, só que ainda não está padronizado. A convenção do boleto é que vai tornar o padrão para que isso aconteça, junto com potenciais ajustes no regramento do PIX, de forma padronizada”, disse Mardilson Fernandes Queiroz, consultor do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central.

No uso do PIX, haverá um QR Code específico, inserido no próprio boleto. Dessa forma, argumenta o Banco Central, incorpora-se na experiência do uso do boleto de pagamento, um instrumento amplamente utilizado, a agilidade, a conveniência e a grande aceitação do PIX.

Boleto dinâmico para aumentar concorrência

A grande novidade da nova regra, entretanto, é o chamado boleto dinâmico. Segundo o Banco Central, isso possibilitará que as empresas que recebem pagamentos mensalmente por boletos, dos compradores, possam antecipar o recebimento dos valores, algo que já acontece atualmente, mas possibilitando uma concorrência maior entre as instituições financeiras que ofertam essa linha de crédito.

No modelo atual, de acordo com o BC, as empresas que vendem produtos e serviços se utilizando de boletos, o que inclui também as incorporadoras imobiliárias, estão relativamente presas à instituição financeira que os emitiu. Se optou, por exemplo, pelo banco X para emitir os boletos, é difícil fazer a troca por outra instituição na hora de antecipar o seu recebimento (processo no qual são cobrados juros).

Fonte: G1