A decisão da Azul Linhas Aéreas de reduzir de dois para apenas um voo direto entre Petrolina e Recife tem causado preocupação entre empresários e representantes do setor comercial. O presidente do Sindicato dos Lojistas de Petrolina (Sindilojas), Joaquim de Castro, manifestou sua apreensão quanto aos impactos da medida e convocou lideranças locais a se mobilizarem para reverter a situação.
Em entrevista ao Nossa Voz, Joaquim de Castro destacou a alta demanda pelos voos entre Petrolina e Recife e apontou que a decisão da Azul vai na contramão das necessidades da população e dos negócios locais.
“A gente vendo as notícias e isso deixa a gente preocupado, porque os dois voos que tem, a gente toda vez que se viaja, viaja em avião lotado, mesmo com o preço, eu diria até que abusivo, praticado daqui para Recife, mesmo assim, os voos são sempre lotados, dois voos, um de manhã e outro à noite. Se muda para um só e além do mais num horário totalmente inconveniente, que é esse horário que tá sendo colocado aí, é um horário que você perde a tarde em Petrolina e perde a tarde em Recife. Você não consegue aproveitar esse expediente e reduzindo uma coisa que a gente imaginava que deveria se aumentar e não reduzir.”
O presidente do Sindilojas também ressaltou o impacto econômico negativo que essa decisão pode trazer para a cidade e para toda a região do Vale do São Francisco.
“Eu não tenho dúvida nenhuma que isso aí vai prejudicar muito os negócios, prejudica o turismo, prejudica os negócios de um modo geral porque Petrolina é uma cidade hoje que atrai a atenção do Brasil inteiro e até do mundo e a gente tem aqui, vamos dizer, uma demanda muito elevada de voos, de necessidade por voos. Basta a gente ver que para São Paulo, por exemplo, nós temos bem três ou quatro voos diários. Para Recife, desde a saída da Avianca, que a gente ficou no prejuízo, porque nós tínhamos um voo da Avianca e um da Azul de manhã e um voo da Avianca e um da Azul à noite. A Avianca saiu, ficou só um voo da Azul, um de manhã e outro à tarde. E a gente percebia claramente pelo volume de pessoas que utiliza os voos, que a oferta tá bem menor do que a procura”.
Ainda ressaltou como ficou “Tanto é assim que a gente tem notícia que a quantidade de passageiros nos ônibus para Recife aumentou por conta disso. Diminuiu o número de voos e aumentou o valor da passagem. Então muita gente mudou de modal de transporte por conta do preço e por conta da falta de oferta de vaga nos voos.”
O líder sindical destacou ainda que Petrolina é um polo regional e que a redução de voos impacta não apenas a cidade, mas diversas outras localidades que dependem do Aeroporto Senador Nilo Coelho para conexões e negócios.
“Eu não tenho dúvida nenhuma que isso causa um prejuízo grande para a gente aqui, para a região, porque também nós temos que considerar que os voos de Petrolina, eles não atendem só a Petrolina, eles atendem a região inteira aqui. Num raio de 200 a 300 km, as pessoas vêm para Petrolina para pegar os voos. Então, sem dúvida nenhuma, essa mudança aí traz um prejuízo significativo.”
Diante da situação, Joaquim de Castro enfatizou a necessidade de uma mobilização política e institucional para evitar que a decisão da Azul seja concretizada.
“A gente sabe que o prefeito tá preocupado com isso, a gente sabe que a governadora do estado também já manifestou essa preocupação. Nós temos aí um ministro dessa área que é do estado, então eu acredito que há realmente todo um conjunto de forças que tem condição de lutar para que isso não aconteça. E se isso vier a acontecer, que se lute para que uma outra companhia supra essa necessidade que nós temos aqui para Recife. Não pode é ficar um voo só, que como eu disse antes, acarreta um prejuízo grande para a economia da região, dificulta, distancia a possibilidade das pessoas resolverem suas coisas em Recife e de lá para outras localidades. Então é um esforço que tem que ser feito por toda a liderança da região para que isso não venha se concretizar e a gente venha ter esse prejuízo.”
A expectativa agora é que as lideranças políticas e empresariais consigam articular medidas para reverter a decisão da Azul ou buscar alternativas para minimizar os impactos da redução dos voos diretos entre Petrolina e Recife.