INSS amplia prazo para pagamento de empréstimos consignados

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou recentemente uma nova instrução normativa, publicada no Diário Oficial da União, que amplia o prazo máximo para pagamento dos empréstimos consignados. Antes limitados a 84 meses, os aposentados e pensionistas agora poderão parcelar seus débitos em até 96 meses, ou seja, oito anos. A medida também se aplica a servidores públicos.

Gerfeton Rios, chefe do serviço de relacionamento do INSS em Petrolina, esclareceu os impactos da nova norma para aposentados e pensionistas. “Essa ampliação do prazo permite ao beneficiário pegar um valor maior ou reduzir o valor da parcela, conforme a negociação com o banco. No entanto, é importante destacar que, ao aumentar o prazo, também se paga mais juros ao longo do período”, explicou Rios.

A novidade gerou opiniões divergentes entre os beneficiários. Francisco Antônio, morador de Petrolina, questionou o cálculo do valor de sua aposentadoria e manifestou frustração ao perceber que o montante recebido é inferior ao esperado. “Trabalhei a vida toda, contribuí bem mais do que muitos, e agora recebo um valor reduzido. Quero saber por que isso acontece”, disse ele. Rios respondeu que o cálculo da aposentadoria leva em consideração toda a vida contributiva do trabalhador e que o valor final é baseado em uma média dos salários registrados no INSS.

Outra aposentada, Maria das Graças, criticou a decisão do INSS e dos bancos, afirmando que a ampliação do prazo apenas favorece as instituições financeiras, enquanto os aposentados acabam pagando valores exorbitantes ao longo dos anos. “A gente pega R$ 1.000 e passa sete, oito anos pagando. No fim das contas, os bancos ganham muito mais do que deveriam”, lamentou.

Diante das críticas, Gerfeton Rios ressaltou que a decisão de contrair o empréstimo é opcional e que os beneficiários devem analisar bem as condições antes de aceitar as propostas oferecidas pelas instituições financeiras. “É uma alternativa para quem precisa, mas não uma obrigação. O segurado deve se informar, comparar taxas e verificar se a contratação é realmente vantajosa”, alertou.

O chefe do INSS também lembrou que, pelo aplicativo “Meu INSS”, os aposentados podem consultar as taxas de juros de cada banco e, caso desejem, bloquear a possibilidade de realizar empréstimos consignados. “Se a pessoa não quiser correr o risco de contrair dívidas ou se proteger contra fraudes, pode bloquear essa opção diretamente pelo aplicativo e desbloquear quando quiser”, informou.

A nova norma está em vigor desde o dia 5 de fevereiro e permite, inclusive, que quem já tem um empréstimo consignado renegocie o prazo para até 96 meses. Os interessados devem procurar diretamente os bancos para realizar a negociação.