A paralisação das merendeiras da rede estadual de ensino de Petrolina gerou grande repercussão ao longo da semana. Dezenas de profissionais se reuniram na sede da Gerência Regional do Trabalho no município para denunciar a empresa responsável pela prestação do serviço ao estado, alegando constantes atrasos no pagamento salarial, além de pendências com férias e outros direitos trabalhistas.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do Sertão de Pernambuco, João Soares, confirmou que a categoria já retornou às suas atividades normais.
“Essas trabalhadoras passaram o ano todo sofrendo com o recebimento dos salários. Sempre atrasaram, sempre pagaram atrasado e nós, em apoio a elas, sempre fizemos esse movimento de paralisação. E aí então eles pagavam.”
Além das merendeiras, Soares destacou que os porteiros também enfrentam problemas semelhantes com as empresas terceirizadas da Secretaria de Educação do estado.
“Na realidade, essas empresas que prestam serviço à Secretaria de Educação, todas elas vêm atrasando, alegando que não recebem as faturas nas datas previstas. Só que nós não aceitamos isso, porque a empresa não pode condicionar o pagamento dos funcionários ao recebimento da fatura. Ela tem que ter capital para arcar com os salários.”
A decisão pela paralisação foi tomada em assembleia realizada no dia 28 de janeiro, na qual foi estipulado que, caso o pagamento não fosse realizado até o quinto dia útil do mês, as atividades seriam suspensas.
“Nós fizemos todos os comunicados à Secretaria de Educação, à empresa, ao Ministério do Trabalho, a todos os órgãos necessários. E quando chegou o quinto dia útil, como eles não pagaram, as trabalhadoras cumpriram o que foi determinado na assembleia e pararam as atividades.”
O pagamento dos salários atrasados só foi realizado no dia 10 de fevereiro, segunda-feira, resultando no retorno das trabalhadoras às suas funções. Os porteiros, que também enfrentavam atraso nos vencimentos, tiveram a situação regularizada na mesma data.
Com os serviços normalizados, João Soares enfatizou que a categoria seguirá firme na luta por seus direitos e que novas paralisações ocorrerão caso os atrasos persistam.
“Ficou acertado em assembleia que, todos os meses, se o pagamento não for feito até o quinto dia útil, haverá paralisação. Vamos, junto com a categoria, fazer cumprir o que diz a CLT, que determina o pagamento até essa data.”
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