O programa especial do Nossa Voz, da Rádio Grande Rio FM, prestou uma homenagem às mulheres, destacando seu papel na política e os desafios enfrentados para garantir direitos e igualdade. Durante a transmissão, mulheres que ocupam espaços de decisão e atuam em políticas públicas compartilharam suas trajetórias, reafirmando seu compromisso com a construção de um Brasil mais justo e inclusivo.
Dentre as presenças ilustres, estavam a vereadora Maria Helena, a vereadora e líder comunitária Cláudia Ferreira, a vereadora Gláudia Andrade, que chegou à Câmara Municipal este ano, e Socorro Lacerda, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM). Também participou Gláucia Andrade, secretária executiva de Direitos Humanos de Pernambuco, reforçando a importância do protagonismo feminino na gestão pública.
Socorro Lacerda iniciou sua fala destacando a importância histórica do Dia Internacional da Mulher, reforçando que “sem luta não há vitória”. Para ela, é essencial relembrar que há mais de um século, mulheres lutaram contra a guerra e por condições dignas de trabalho, retomando o legado de Clara Zetkin, uma das pioneiras do sufrágio feminino. “Nós somos herdeiras dessas lutas. Precisamos manter a memória viva e nos fortalecermos para continuar avançando, garantindo que todas as mulheres tenham seus direitos respeitados. Queremos um Brasil onde a democracia seja plena e inclusiva”, declarou Socorro.
Ela ainda destacou que a luta não pode ser fragmentada, e que todas as mulheres precisam estar incluídas nas políticas públicas: “Essa luta precisa ser para todas: as mulheres do campo, da cidade, as negras, indígenas, imigrantes, mulheres com deficiência, mães atípicas, trabalhadoras e mulheres em situação de rua. Sem democracia, não há participação igualitária das mulheres. E nós chamamos a atenção dos gestores públicos para essa responsabilidade”.
Trajetórias de Superação e Representatividade
Cláudia Ferreira compartilhou sua história de vida, destacando a luta desde a infância para se manter e ajudar sua família. “Cheguei em Petrolina com cinco anos e já pensava no bem-estar da minha família. Trabalhei como babá com apenas oito anos, e hoje, represento muitas mulheres que passaram ou ainda passam por processos difíceis. Eu sei o que é acordar cedo, batalhar o dia todo e voltar para casa sabendo que precisa continuar no dia seguinte. E é por isso que hoje, estando nesse espaço, quero ser um exemplo para outras mulheres. Quero que elas vejam que é possível mudar a própria história”, disse emocionada.
Maria Helena reforçou a importância da sororidade entre as mulheres, destacando a necessidade de continuar apoiando umas às outras. “A pauta da mulher sempre foi uma prioridade no meu mandato, e ver novas mulheres ocupando esses espaços é motivo de orgulho. Precisamos patrocinar um futuro de igualdade e solidariedade. Quando estamos juntas, somos mais fortes. Quando nos unimos, conseguimos abrir portas que antes eram fechadas para nós”, afirmou.
Gláucia Andrade enfatizou que a presença feminina nos espaços de decisão é um reflexo de lutas históricas e que esse avanço precisa ser contínuo. “Ocupamos mais espaços, mas ainda temos desafios. Um dia, espero que possamos debater sem precisar nos preocupar com violências e barreiras impostas. Precisamos continuar nesse caminho, precisamos garantir que as próximas gerações tenham ainda mais oportunidades e que o futuro seja mais igualitário”, declarou.
As participantes também trouxeram demandas urgentes, como a criação de políticas públicas eficazes para garantir a inclusão das mulheres no mercado de trabalho formal. “Vamos cobrar dos prefeitos e prefeitas de todo o Brasil que as mulheres tenham oportunidades reais no mercado formal. Não basta falar de igualdade, é preciso criar políticas efetivas para garantir que as mulheres tenham condições de competir de forma justa e digna”, alertou Socorro Lacerda.
Outro ponto central foi a necessidade de uma rede de apoio efetiva para mulheres vítimas de violência. “Queremos delegacias acolhedoras, com delegadas mulheres, e uma rede que realmente funcione. As mulheres precisam sair fortalecidas, sabendo que serão amparadas pela Lei Maria da Penha. Queremos que elas tenham assistência médica, psicológica e social, que possam denunciar sem medo, sabendo que há proteção e acolhimento”, frisou Socorro.
Maria Helena também abordou o impacto do machismo estrutural na vida das mulheres. “A misoginia e a homofobia ainda são fortes. Muitas vezes, as mulheres têm medo de falar sobre seus direitos porque sabem que enfrentarão resistência. Mas precisamos tratar essas pautas com firmeza, com naturalidade, para convencer a sociedade de que o sofrimento das mulheres é real e que essa luta precisa continuar”, pontuou.
A sub-representação feminina nos espaços legislativos também foi tema da discussão. Gláucia Andrade apontou que, na Câmara de Vereadores de sua cidade, apenas três mulheres ocupam cadeiras entre os 23 vereadores. “Isso precisa mudar. Precisamos eleger mais mulheres para que nossas demandas sejam tratadas com o olhar que merecem. Quando uma mulher está no poder, ela traz um olhar mais sensível para as questões sociais, para a educação, para a saúde, para a violência contra a mulher. Nossa presença faz a diferença”, destacou.
Ela ainda fez um apelo para que mais mulheres participem da política e votem em candidatas que representem suas causas. “Hoje, tenho a honra de fazer parte de um governo estadual comandado por mulheres. Isso faz toda a diferença. Mulheres, busquem votar em mulheres. Apoiem outras mulheres. A política precisa de mais vozes femininas para que possamos transformar nossa realidade”, completou.
O programa Nossa Voz reafirmou o compromisso das mulheres na luta por direitos e igualdade, mostrando que a caminhada ainda é longa, mas avanços significativos já foram conquistados. “A luta não pode parar. O futuro das próximas gerações depende do que fizermos agora”, concluiu Maria Helena.
O chamado está feito: mulheres na política, mulheres na luta, mulheres construindo um futuro mais justo para todas.