No último domingo (9), um crime de homicídio abalou a cidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A vítima, o policial militar Lucas Emanoel Marinho, de 33 anos, foi morto a tiros dentro de seu próprio veículo, no bairro Portal da Cidade. O autor do crime, uma policial militar da Bahia, identificada como Marleide, de 35 anos, se apresentou à polícia baiana e confessou a autoria do assassinato.
Em entrevista à TV Grande Rio, o delegado Gabriel Sapucaia forneceu detalhes sobre a investigação. Ele falou sobre as diligências realizadas no caso e a dinâmica do crime:
“Domingo, tomamos ciência do local do crime, onde uma mulher tinha deferido diversos disparos de arma de fogo contra seu ex-companheiro. Iniciamos as diligências de praxe, como perícia e análise do local. Durante esse processo, notamos que se tratava de um policial militar do Biesp. Com isso, tivemos ciência de que a autoria do crime era da ex-companheira da vítima, que é lotada na 25ª Companhia Independente da PM baiana, em Casa Nova. Após as primeiras diligências, soubemos que ela havia se apresentado no Batalhão de Juazeiro, e posteriormente, foi encaminhada à Delegacia de Petrolina”, explicou Sapucaia.
O delegado também abordou a versão apresentada por Marleide durante o interrogatório: “Em sede de interrogatório, ela alegou que não se lembrava de como efetuou os disparos, tentando justificar o crime com uma alegação de legítima defesa. No entanto, a princípio, nossa análise mostrou que os disparos foram efetuados sem a mínima possibilidade de defesa da vítima. A vítima estava dentro do veículo, sem qualquer chance de reagir. Ela saiu de sua residência já disparando contra ele, o que torna difícil acreditar em qualquer justificativa de defesa”, afirmou Sapucaia.
O delegado ressaltou que, embora Marleide tenha se apresentado voluntariamente, o que impede a prisão em flagrante, o pedido de prisão preventiva foi imediatamente feito junto ao Poder Judiciário. “Junto ao Poder Judiciário, interpelamos o pedido de prisão preventiva, que foi deferido. Ela, portanto, foi presa preventivamente e permanece sob custódia. Inicialmente, ela responderá por homicídio qualificado, tanto pelo motivo fútil, já que, até o momento, não foi identificada nenhuma briga ou motivo que justificasse o crime, quanto pela impossibilidade de defesa da vítima, que foi atingida de forma surpresa”, completou o delegado.
Por meio de nota, a Polícia Militar da Bahia disse que a agressora se apresentou no Comando de Policiamento da Região Norte e, “diante da gravidade da situação, as medidas cabíveis foram adotadas de imediato, incluindo o encaminhamento da policial à Delegacia de Polícia Civil de Petrolina para os devidos esclarecimentos”.
A corporação também disse que “acompanha o caso e mantém diálogo com as autoridades responsáveis pela investigação” e que “lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com os familiares dos envolvidos, prestando apoio institucional e reforçando seu compromisso com a legalidade e a correta apuração dos fatos”.