Na tarde deste domingo (6), o vereador Dhiego Serra esteve na entrada da Fazenda Copa Fruit, localizada na zona rural de Petrolina, que foi ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo informações divulgadas pelo vereador, cerca de mil famílias participaram da ação no local que estaria em processo de implantação de culturas irrigadas.
Ao visitar a propriedade, o vereador relatou ter sido recebido com hostilidade pelos ocupantes. “Eles estavam armados com foices e facões”, disse Dhiego Serra, que criticou a ação do movimento.
Para o parlamentar, a ocupação representa uma ameaça ao setor produtivo da região. “Se os produtores não se unirem, em breve mais fazendas produtivas serão invadidas, o que gera insegurança e perda para as famílias petrolinenses”, declarou. “Minha luta é por invasão zero em Petrolina e em Pernambuco. O MST age na ilegalidade e espalha medo e terror para diversas famílias Brasil afora.”
O Blog Nossa Voz entrou em contato com uma liderança do MST em Petrolina e aguarda o posicionamento oficial do movimento sobre a ocupação da fazenda e a presença do vereador no local.
Contexto histórico em Petrolina
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem uma atuação expressiva na região de Petrolina, com histórico de ocupações de áreas que o grupo considera improdutivas. Essas ações, por vezes, ocorrem em propriedades públicas ou privadas em processo de avaliação para fins de reforma agrária.
Em julho de 2023, cerca de 1.500 integrantes do MST ocuparam uma área da Embrapa em Petrolina para cobrar o cumprimento de acordos firmados com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que, segundo o movimento, não haviam sido cumpridos.
No início de abril de 2024, o MST voltou a ocupar áreas da Embrapa em Petrolina, reivindicando a destinação de terras para assentamento de famílias cadastradas em programas de reforma agrária.
Posicionamento MDA
Em resposta a essas ações, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, declarou na época que o governo federal tem buscado atender às demandas do movimento. Segundo ele, medidas já foram tomadas, como a destinação de recursos à Embrapa para produção de sementes, criação de assentamentos em perímetros irrigados e reabertura de um escritório do Incra em Petrolina para acelerar os processos de regularização fundiária e criação de novos assentamentos.