Velório do papa Francisco terá duração de 9 dias; entenda

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O  papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), buscou simplificar, no ano passado, os ritos referentes ao seu falecimento. Tradicionalmente, o velório de um pontífice conta com diversos atos que se estendem por nove dias. Francisco será enterrado em um caixão simples de madeira e fora do Vaticano, algo que não acontece há mais de um século.

Segundo matéria do Estadão, Francisco renunciou a prática secular, em que o chefe da Igreja é enterrado em três caixões interligados, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Em vez disso, Francisco será enterrado em um único caixão de madeira revestido de zinco.

O pontífice também aboliu o uso de uma plataforma elevada na Basílica de São Pedro para o velório, como aconteceu com os pontífices anteriores. Os fiéis serão convidados a prestar suas homenagens enquanto o corpo de Francisco ficará dentro do caixão, com a tampa aberta.

Ainda segundo informações do Vaticano, o argentino optou por um enterro na Igreja de Santa Maria Maior, em Roma, em vez da cerimônia na Basílica de São Pedro, que abriga mais de 90 papas. A escolha, porém, possui um significado, já que a igreja era tradicionalmente frequentada por Francisco, que fazia sua orações em Roma no local (diocese da qual era, oficialmente, o bispo).

Antes dele, o último pontífice a ser enterrado fora do Vaticano havia sido Leão XIII, em 1903, que optou pelo enterro na igreja de São João de Latrão.

Francisco declarou seu desejo de ser enterrado fora do Vaticano em 2023. “Quero ser sepultado em Santa Maria Maggiore por causa da minha grande devoção” pela Virgem, confidenciou à jornalista mexicana Valentina Alakraki. A devoção mariana é antiga: então cardeal Bergoglio frequentava a basílica ao lado da estação Termini já quando era arcebispo de Buenos Aires: “Sempre ia lá no domingo de manhã, quando eu estava em Roma.”

As instruções estão no “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, aprovado em 29 de abril de 2024 pelo próprio papa Francisco, que recebeu o primeiro exemplar em 4 de novembro.

“Fez-se necessária uma nova edição – explicou à época o arcebispo Diego Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas dos Pontífices – antes de tudo porque o papa Francisco pediu, como ele mesmo declarou em diversas ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos de forma que a celebração das exéquias do Bispo de Roma expressasse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado”, disse. “O rito renovado, ademais, deveria enfatizar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de uma pessoa poderosa deste mundo.” (Foto: Reprodução/ Internet)