O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia desde a última quarta-feira (23) que o ministro da Previdência Social, Carlos Luppi (PDT), havia sido alertado sobre as irregularidades, mas que pouco ou nada havia sido feito de concreto para coibir as práticas fraudulentas no INSS, apurou a CNN.
No dia em que a operação foi deflagrada, Lula se reuniu com o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Depois disso, Lula debateu com sua equipe de comunicação e aliados próximos estratégias de ações e respostas para a opinião pública diante do caso.
Ele chegou a ser aconselhado a afastar, temporariamente, o ministro. Essa possibilidade foi discutida. Mas a conclusão foi a de que seria melhor aguardar desdobramentos para não levar para o primeiro escalão do governo mais uma crise de suspeita de corrupção.
Na primeira semana deste mês, o chefe do Executivo demitiu o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), após ele ser alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mau uso de emendas parlamentares quando exercia o cargo de deputado pelo Maranhão.
No entanto, a situação de Lupi vem se agravando.
Na noite de sábado (26), o Jornal Nacional tornou públicas atas de reuniões que comprovaram a ciência do ministro em relação a evidências de descontos não autorizados das contas de aposentados e pensionistas. A CNN também teve acesso aos documentos.
Diferentemente da situação de Juscelino Filho, em que Lula decidiu mantê-lo no cargo por dois anos, mesmo após indiciamento pela PF, o caso de Lupi pode ter desfecho diferente.
A um ano e meio das eleições presidenciais, Lula sofre crise de popularidade e indícios de que um amigo de Lula do primeiro escalão estivesse tentando acobertar desvios de sindicatos não vai ajudar na imagem da gestão Lula 3.
Fonte CNN
