Na tarde desta quarta-feira (21), Petrolina foi palco de uma das etapas do 2º Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural. A comitiva formada por ministros, representantes de 44 países africanos e autoridades brasileiras visitou a sede da Embrapa Semiárido, no contexto de uma programação voltada ao intercâmbio de experiências em agricultura irrigada, fruticultura no semiárido e tecnologias para a convivência com a seca.
A programação integra a estratégia do Governo Federal de estreitar laços técnicos e econômicos com o continente africano. Apesar da relevância do evento, nenhum prefeito da região compareceu à visita. Questionada pelo programa Nossa Voz, a assessoria de comunicação da Embrapa informou que todos os convites partiram da equipe de cerimonial da Presidência da República.
Estiveram presentes o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula; o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias; o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; além da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
A comitiva foi recebida por lideranças como o superintendente regional da Codevasf, Edilázio Wanderley; o superintendente do Incra, José Cláudio; o reitor da Univasf, Télio Nobre Leite; o vice-prefeito de Juazeiro, Tiano Felix; o vereador de Petrolina, Gilmar Santos; e o ex-deputado estadual, Odacy Amorim.
Durante a visita, o ministro André de Paula destacou a afinidade entre as condições climáticas do semiárido brasileiro e dos países africanos. “Estamos promovendo uma troca de experiências com realidades semelhantes. Os projetos de piscicultura, agricultura irrigada e produção de frutas que mostramos hoje podem perfeitamente ser adaptados aos países africanos”, afirmou.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, reforçou o papel da ciência na transformação da região. “A Embrapa Semiárido completa 50 anos em 2024. Neste período, desenvolvemos tecnologias como o sisteminha, cisternas e cultivares adaptadas. São soluções que não só ajudaram a mudar o Sertão, mas podem inspirar projetos similares na África.”
O ministro da Agricultura do Senegal, Mabouba Diagne, fez um discurso emocionado. “Presidente Lula, o senhor é mais do que o presidente do Brasil, é um líder do povo. O que vimos aqui foi inspirador: ciência e tecnologia alimentam mais do que máquinas. Levamos daqui exemplos valiosos que podem ser replicados no nosso continente”, afirmou, em nome de todos os representantes africanos presentes.
Para o ministro Carlos Fávaro, o intercâmbio representa uma oportunidade de ampliar as relações internacionais brasileiras com base na solidariedade e na complementaridade. “Queremos a troca. Não apenas vender ou mostrar o que temos, mas também aprender e adquirir o que os países africanos têm a oferecer.”
A primeira-dama Janja ressaltou o simbolismo do encontro no Vale do São Francisco. “É uma reconexão histórica e afetiva com a África. A Aliança Global contra a Fome lançada pelo presidente Lula no G20 tem ações concretas como essa aqui em Petrolina.”
A programação do Diálogo Brasil-África segue até a próxima sexta-feira (24), com visitas a unidades produtivas de fruticultura, projetos de piscicultura e painéis de debate técnico. Segundo Silvia Massruhá, está prevista ainda a vinda de 30 pesquisadores africanos ao Brasil, no segundo semestre de 2025, para intercâmbio em diferentes unidades da Embrapa.