Em entrevista ao programa Nossa Voz nesta segunda-feira (26), o secretário de Infraestrutura de Petrolina, Rodrigo Jacobina, detalhou ações realizadas pela gestão municipal em resposta a demandas da população, especialmente dos bairros Dom Avelar, Santa Luzia e Padre Cícero, referentes ao esgotamento sanitário.
“Na semana passada a gente fez um acompanhamento aqui na rádio, não só nessa emissora, mas em outras, e havia muito questionamento a respeito daquela questão do esgotamento sanitário, principalmente do Dom Avelar. Então, é bom a gente tratar um pouco desse assunto, explicar o que aconteceu para a população de Petrolina”, iniciou Jacobina.
Segundo o secretário, as obras que vinham causando transtornos já foram concluídas. “A gente teve um afundamento de um poço de visita no final da rede, ou seja, já no final de todo o sistema. Esse poço colapsou e a gente precisou reconstruí-lo do zero. Eu inclusive marquei uma visita em campo com os próprios moradores do Padre Cícero. Eles foram lá presencialmente verificar. Às vezes a gente fala poço de visita, o pessoal entende que é uma coisa simples, que é só uma caixa de passagem, mas não é. É um poço de quase 7 metros de profundidade, com material arenoso, então exigiu escoramento, com lençol freático aflorando, toda uma dificuldade de execução.”
A obra foi planejada para durar 30 dias e, segundo Jacobina, o prazo foi cumprido. Entretanto, houve impactos em diferentes pontos do sistema. “Obviamente que para realizar essa obra, a gente teve que fechar alguns trechos do esgotamento sanitário, o que levou a dores de cabeça em pontos do sistema, tanto no Santa Luzia quanto no Padre Cícero e no Dom Avelar.”
O secretário explicou que ainda há trechos que exigem intervenções mais profundas. “Não são mais serviços de manutenção de rotina. Seriam obras estruturadoras em alguns poços de visita que estão realmente danificados. A exemplo da Rua da Grandeza, quando fizemos o fechamento do sistema, o poço de visita reteve todo o esgoto, levando a um adensamento de areia e um afundamento da pista. Já fizemos o isolamento da área e estamos com programação para iniciar ainda essa semana a recuperação da rua.”
Sobre a causa do afundamento, Jacobina afirmou que uma equipe técnica ainda fará uma análise mais detalhada. “Hoje o pessoal vai estar lá fazendo essa análise para ver se o poço realmente afundou ou se foi só um adensamento da compactação ao redor, que levou ao rompimento do asfalto. Mas isso já será feito ainda essa semana, além de outros pontos que foram identificados na rádio e que já estavam na programação.”
Jacobina lembrou que a responsabilidade pelo tratamento do esgoto da rede do Dom Avelar é da Compesa, mas que a Prefeitura tem realizado a manutenção de forma gratuita. “É uma briga antiga tentar passar esse sistema para a operação da Compesa e isso não acontece. Mas o município tem prestado toda essa manutenção gratuitamente para a população do Dom Avelar e também do Padre Cícero.”
Ainda sobre o bairro Padre Cícero, ele afirmou que a rede foi instalada de forma indevida. “A Compesa cobra os moradores de lá, mas quem faz a manutenção é o município. A Compesa também nos ajudou no Padre Cícero, e isso tem que ser ressaltado. A empresa mandou caminhões e reforçou a manutenção nesse período da obra.”
O secretário também anunciou a previsão de fechamento do plano de macrodrenagem do município até julho, o que incluirá a contratação de um plano de saneamento básico. “Esse plano contempla água, resíduos sólidos e drenagem.”
Em relação ao bairro Henrique Leite, Jacobina esclareceu que as pavimentações nas ruas internas ainda não estão sendo realizadas. “A gente conseguiu fazer as duas avenidas principais, mas as ruas internas ainda não serão pavimentadas até que esse projeto de saneamento seja concluído. A Compesa fez só parte da bacia do Jatobá, não contemplou toda a região. O município já está com esse projeto pronto.”
Sobre a situação da Lagoa do Dom Avelar, ele criticou o despejo irregular de esgoto por parte de moradores. “A prefeitura fiscaliza e faz a manutenção, mas nem todos colaboram. Há muito esgoto irregular sendo jogado tanto na Lagoa do São Joaquim quanto na do Dom Avelar. Temos feito fiscalizações e tamponamentos, mas é uma situação crítica.”
Jacobina comentou ainda sobre a criação do Companhia de Saneamento e Abastecimento de Águas do Sertão (SAAS), que está em processo de estruturação. “O município está providenciando essa autarquia para que ela tenha pleno funcionamento. Mas o município não está aguardando isso para agir. A gestão tem trabalhado em duas frentes.”
Ele disse ainda que a expectativa é que a autarquia comece a operar em breve. “Tive reunião recente com Fred Machado sobre isso. Dependemos de onde vem o recurso. Nem sempre ele pode ser administrado pela autarquia, às vezes a obra precisa ser feita pela Secretaria de Infraestrutura e depois repassada ao SAAS.”
Por fim, ressaltou a importância de a nova empresa ter receita própria. “Já temos sistemas de acesso à água no interior — como Nova Descoberta, km 22, km 25 — que o município, em vez de repassar para associações, poderá administrar diretamente. Isso permitirá gerar receita para a empresa e realizar contratos de manutenção, ampliando os serviços oferecidos.”