Vereador afirma que só será candidato com apoio integral do governo estadual e diz que Petrolina está carente de representação política. Ele critica ausência de deputados estaduais atuantes na cidade e reage a rumores de aproximação entre a governadora Raquel Lyra e o ex-prefeito Miguel Coelho.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira (10), o vereador Ronaldo Silva confirmou que tem avaliado uma possível mudança de partido com vistas ao pleito de 2026. Atualmente no União Brasil, ele revelou diálogos com a direção estadual do Podemos e disse que só irá consolidar sua pré-candidatura a deputado estadual se contar com o apoio integral da governadora Raquel Lyra (PSD).
“Semana passada, amanhã vai fazer oito dias, nós recebemos aqui em Petrolina o presidente estadual do Podemos, Marcelo Gouveia. Tivemos uma reunião muito proveitosa, inclusive na casa de Guilherme Coelho, onde tomamos um café e discutimos sobre essa possibilidade. Estamos avaliando tudo com calma, e claro, qualquer decisão que eu tomar vai depender do alinhamento com a governadora. Eu não vou ser pré-candidato sem o apoio direto e claro dela.”
Segundo Ronaldo, o apoio da governadora é determinante para que qualquer projeto político seja viabilizado. Ele afirmou que tem mantido uma relação próxima com Raquel Lyra e seus secretários, com respostas rápidas às demandas apresentadas.
“Graças a Deus, nunca precisei mudar de lado para ser atendido. Todas as vezes que precisei levar pleitos à governadora ou aos seus secretários, fui ouvido. Tenho contato direto com eles. Qualquer demanda que envio, tenho resposta em menos de 24 horas. É assim que se trabalha. Recentemente, quando o deputado foi à UPE e criticou a estrutura, eu já tinha feito isso antes. Peguei o requerimento do líder do governo, Diogo Hoffmann, subscrevi, tirei foto, mandei para o secretário e recebi a resposta oficial no outro dia. Aí depois o deputado apareceu dizendo que resolveu. Mas eu já estava com a resposta em mãos.”
Petrolina sem representação: “Quem perde é o povo”
Ronaldo Silva também criticou a falta de atuação de deputados estaduais eleitos por Petrolina e defendeu a necessidade de fortalecer candidaturas locais com compromisso real com a cidade e a região do Sertão.
“A gente vive um cenário de vazio político. Petrolina já teve cinco deputados estaduais. Quando um não conseguia levar uma demanda, o outro resolvia. Nunca faltou representação. Hoje, temos um que foi eleito, mas que, na prática, não assumiu o papel de deputado. E quem perde com isso é a população. Durante a campanha, aparece deputado de tudo quanto é canto, mas depois somem. O espaço é democrático, claro, mas quem vive a realidade daqui sabe onde apertam os calos. Temos muitos nomes bons na cidade: Elismar, Dr. Júlio Lóssio, que foi prefeito duas vezes, Gilmar do PT, o próprio Odacy, que saiu do partido, e talvez até a esposa dele dispute. O que falta é união e prioridade para quem é da terra.”
Rumores sobre Miguel Coelho e a governadora: “Zero aproximação”
Questionado sobre os bastidores políticos envolvendo uma possível aproximação entre Raquel Lyra e o ex-prefeito Miguel Coelho — especialmente por conta da formação da Federação União Progressista, composta por União Brasil e PP — Ronaldo foi categórico ao dizer que não vê sinais concretos de reaproximação.
“O presidente estadual da federação é Eduardo da Fonte, e o presidente nacional é o senador Ciro Nogueira. Eles já deixaram claro que o candidato ao Senado, pela federação em Pernambuco, será Eduardo da Fonte, pelo PP. Então, sinceramente, eu não vi essa aproximação entre Miguel Coelho e a governadora. Se isso está acontecendo, está muito nos bastidores. E, para ser sincero, eu acho improvável. Miguel passou a vida inteira criticando o governo. Como agora vai se aproximar? Não vejo essa engenharia política tomando forma ainda, não.”
“Tem gente tentando emplacar essa narrativa, dizendo que teve nomeação de primo, nome de fulano, que é indicação de Miguel. Mas, sinceramente, isso é conversa. Não tem nada disso. Zero ligação com ele. Se a governadora quiser se aproximar, é um direito dela. Ela é quem lidera o processo, é ela quem decide. Mas, até o momento, eu não vejo nenhum movimento real nesse sentido.”