O Governo de Pernambuco lançou um novo edital do Proupe — Programa Universidade para Todos em Pernambuco, que amplia para 4.860 o número total de bolsas ofertadas desde o início de 2024. A iniciativa, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Kenys Bonatti, tem como foco o fortalecimento das autarquias municipais e a formação de profissionais em áreas estratégicas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
“O programa é construído justamente para atender as autarquias. Nós estamos falando de 13 autarquias municipais, uma em cada região de desenvolvimento, e com isso a gente consegue ter o controle na ponta do que está acontecendo”, afirmou o secretário em entrevista ao programa Nossa Voz.
“Esse edital é um compromisso da governadora Raquel Lyra. São mais 1.560 bolsas, e essa bolsa é paga diretamente à autarquia. Ou seja, o aluno vai fazer sua matrícula, vai participar do programa e terá o curso custeado. A ideia é, em especial, garantir o estímulo aos cursos de STEM — ciência, tecnologia, matemática e engenharia — que são áreas em que o país mais precisa”, completou.
Segundo Bonatti, a priorização dessas áreas é uma resposta ao déficit de profissionais qualificados no setor de tecnologia.
“Hoje nós temos uma demanda no país como um todo de cerca de 400 mil profissionais da área de tecnologia por ano. Mas o país só forma metade desse quantitativo. Quando a gente faz um recorte para a capital pernambucana, por exemplo, no ecossistema do Porto Digital, temos mais de 500 vagas em aberto”, disse.
“O governo de Pernambuco entra não só com a ação de ajudar na formação desses novos alunos, dessa mão de obra qualificada, como também com o contrato de gestão que foi ampliado do Porto Digital. E aí, buscando o lado do empreendedorismo inovador e toda essa construção do ecossistema, passamos a interiorizar também a estrutura do Porto Digital. Já chegamos em Caruaru, que já tinha um espaço avançado, e entregamos agora um novo Armazém da Criatividade, que será inaugurado em 28 de agosto. A ideia é chegar em mais duas cidades, construindo esse caminho com capital, agreste e sertão, com polos físicos do ecossistema”, afirmou.
Apesar da ampliação, o valor da bolsa, que pode chegar até R$ 500, tem sido criticado por estudantes que alegam que o montante não cobre custos com transporte, alimentação ou moradia. O secretário reconhece a limitação, mas defende o alcance do programa.
“Quando fazemos um programa voltado para as autarquias municipais, tentamos diminuir essa distância que existe. Temos autarquias em Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Belém do São Francisco, Belo Jardim, Cabo, Garanhuns, Goiânia, Limoeiro, Palmares, Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada. Estamos indo para regiões justamente para que o aluno não precise de deslocamento maior”, explicou.
“O custo médio das autarquias gira entre R$ 350 e R$ 500 na maior parte dos cursos. Com isso, os alunos podem ter o curso 100% custeado. O governo não consegue fazer todo o processo de suporte, então precisamos entender qual é o tamanho do cobertor e agir nas principais ações. O programa começou com 3.300 bolsas e, com ajustes financeiros, conseguimos avançar”, concluiu.