Unidade especializada atende casos de síndromes respiratórias graves em crianças e reforça rede de saúde no Sertão do São Francisco.
Entrou em funcionamento no dia 13 de junho a urgência pediátrica da UPAE de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Com estrutura ampliada e equipe reforçada, a unidade foi reaberta para atender especificamente crianças com síndromes respiratórias agudas graves, e já ultrapassou 1.160 atendimentos em pouco mais de um mês e meio de funcionamento.
Para entender os resultados e desafios da operação da nova estrutura, o programa Nossa Voz recebeu nesta quarta-feira (6) o coordenador médico da UPAE de Petrolina, Dr. José Roberto Rocha, que também está à frente da unidade de pronto atendimento especializado (UPAE).
Segundo o Dr. José Roberto, a UPA de Petrolina tem um perfil único em Pernambuco:
“Nossa unidade, a UPAE Petrolina, é a única do estado que comporta uma UPAE de especialidade ambulatorial e uma UPAE 24 horas. É uma unidade pré-hospitalar. Desde 2013, quando foi fundada e neste julho completamos 12 anos — ela foi estruturada para atender emergências adultas e odontológicas”, explicou.
Contudo, com o aumento dos casos respiratórios na população infantil durante o período de sazonalidade, o Governo do Estado decidiu criar um novo serviço de urgência pediátrica.
“O Estado, a Secretaria de Saúde, junto com a instituição, para tentar amenizar e socorrer toda a população da Sétima Regional de Saúde, decidiu abrir e na verdade, não foi nem reinstalar, mas sim abrir um novo serviço de emergência pediátrica com plantões de 24 horas e uma duração inicial de 7 semanas”, disse.
Foco nos casos respiratórios
O médico ressaltou que o atendimento é voltado para quadros respiratórios agudos, sobretudo causados por vírus que costumam circular com mais intensidade no inverno.
“A UPA foi reestruturada para receber esses pacientes pediátricos respiratórios, principalmente por causa da sazonalidade, como o vírus sincicial respiratório e bronquiolites virais. Já a UPA 24 horas segue com atendimento adulto todos os dias, sem interrupção”, detalhou.
Quando levar a criança à emergência?
Entre os principais pontos discutidos na entrevista, o médico destacou os sinais de alerta que pais e responsáveis devem observar para buscar ajuda médica no tempo certo.
“Essa pergunta vai muito em relação à faixa etária. Principalmente aqueles pacientes abaixo de 2 meses que começam a fazer febre, não tem o que questionar. Tem que levar para a unidade de emergência, começar o antibiótico e reavaliar com 48 a 72 horas para tomar as medidas necessárias. Se mantém o antibiótico ou se consegue dar alta porque era um quadro viral”, explicou.
No caso de crianças um pouco mais velhas, o tratamento pode ser feito com medidas mais simples, mas a atenção continua necessária:
“Acima de 1 ano, 2 anos, a maioria dos quadros são respiratórios em que há uma quantidade significativa de secreção nas vias aéreas. Na maioria das vezes, lavagem nasal e antitérmicos, que são os remédios para abaixar a febre, são suficientes. Em alguns casos, esses pacientes evoluem com uma pneumonia. Aí sim, há necessidade de começar o antibiótico”, finalizou.
Atendimento regional
A urgência pediátrica da UPAE de Petrolina atende não só a população do município, mas também de cidades vizinhas do Sertão do São Francisco. O médico destaca que a abertura da unidade ajuda a aliviar a sobrecarga do Hospital Dom Malan, referência em saúde infantil na região.
A previsão inicial é que o serviço funcione por 7 semanas, mas a continuidade dependerá da evolução do número de casos e da resposta da rede de saúde estadual.
