O mês de agosto marca a campanha nacional de combate ao colesterol. No último dia 8, foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, data que chama atenção para um problema silencioso, mas que pode ter consequências graves, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Para esclarecer dúvidas e orientar a população, o programa Nossa Voz recebeu no estúdio a médica endocrinologista Dra. Victória Alencar . Segundo a especialista, o colesterol é uma substância essencial para o corpo, mas, quando desregulado, pode ser perigoso.
“O colesterol é importante para processar e formar uma série de hormônios e vitaminas que são necessárias para o nosso corpo. O problema é quando o colesterol ruim, que é o LDL, está alto no nosso sangue. O LDL é chamado de ruim porque ele vai se acumular nas nossas artérias, levando a eventos como infarto e AVC, ou seja, ele vai entupindo nossas artérias. Já o colesterol bom, que é o HDL, faz o contrário: ele limpa essas artérias do excesso de colesterol. Por isso, precisamos estar atentos ao equilíbrio entre os dois”, explicou.
A médica destacou que, embora muitas pessoas associem o colesterol alto apenas à má alimentação, existem outros fatores importantes.
“Com certeza, há causas genéticas que influenciam. Quando a família tem histórico de colesterol alto, é essencial investigar também outros parentes. Doenças como diabetes também podem aumentar os níveis. O grande problema é que o colesterol alto não apresenta sintomas, então a única maneira de detectar é por meio de exames. Crianças podem começar a fazer a partir dos 10 anos, e adultos devem realizar pelo menos a cada cinco anos”, alertou.
De acordo com a especialista, a prevenção passa por hábitos saudáveis, mas, em alguns casos, o uso de medicamentos é indispensável.
“Tanto a alimentação equilibrada quanto a prática de atividade física são fundamentais. Elas ajudam a regular parte dos níveis de colesterol, mas, quando há causa genética, será necessário tratamento medicamentoso. O principal remédio que usamos são as estatinas, que agem regulando o processamento do colesterol no fígado. É muito importante dizer que, apesar das fake news que circulam na internet, a interrupção do tratamento sem orientação médica pode aumentar muito o risco de infarto e derrame”, reforçou.
Victória Alencar lembrou que o colesterol alto é um dos principais responsáveis por mortes e sequelas de doenças cardiovasculares no Brasil, e que a prevenção deve ser constante, não apenas durante campanhas.
“Nunca suspenda a medicação sem falar com seu médico antes. Esse é um trabalho para o ano todo, porque eventos como infarto e AVC não apenas matam, mas também deixam sequelas graves. O colesterol alto é silencioso e a melhor forma de combater é com exames e consultas de rotina. Sempre siga a orientação médica”, concluiu.