Centros vinculados à Univasf compartilham mais de uma década de resultados em pesquisas, monitoramentos e ações de preservação da biodiversidade do semiárido.
Pesquisas, monitoramentos, descobertas e ações que contribuem para proteger a fauna e a flora da Caatinga ganharam destaque nas quarta (13) e quinta-feira (14), durante o evento “Legado Socioambiental do PISF: segurança hídrica e desenvolvimento regional”, realizado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) de 12 a 15 de agosto no Cineteatro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Campus Centro de Petrolina/PE.
O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), o Centro de Estudos em Biologia Vegetal (CEBIVE) e o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA), todos vinculados à Univasf, participaram das mesas-redondas 3, sobre “Conhecimento Histórico e Biodiversidade da Caatinga”, e 4, sobre “Inovações na Gestão Ambiental”, apresentando resultados de mais de uma década de atuação no acompanhamento socioambiental do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), executado pelo MIDR. Os dados incluem desde o monitoramento da biodiversidade ao longo do canal até ações educativas e de manejo de fauna e flora em áreas dos estados beneficiados pela obra.
A coordenadora do Cemafauna, professora Dra. Patrícia Nicola, destacou, durante sua participação na Mesa-Redonda 4, as inovações no componente fauna do licenciamento ambiental, ressaltando a relevância dessas iniciativas para a conservação e manejo da biodiversidade da Caatinga, especialmente da fauna. Em sua fala, enfatizou que “cada estrutura que hoje o Cemafauna possui, como os CETRAS móveis e o CETRAS instalado na sede, potencializa as ações de manejo implementadas e fortalece as parcerias estabelecidas no âmbito do PISF, resultando em avanços concretos para a preservação das espécies e a manutenção dos ecossistemas ao longo do canal e nas regiões beneficiadas. Esses resultados comprovam que ciência aplicada e compromisso ambiental podem caminhar lado a lado, gerando benefícios duradouros para o semiárido”.
O coordenador do CEBIVE, professor Dr. Daniel Pifano, reforçou que desenvolvimento e conservação precisam andar lado a lado e lembrou que “o CEBIVE e o NEMA têm contribuído para que o legado socioambiental do PISF vá além da segurança hídrica. Ao monitorar e proteger a flora, reforçamos essa integração. Contamos com o Herbário de Referência do Sertão Nordestino (HRSN), que abriga milhares de exsicatas de espécies vegetais da Caatinga. Apresentar esses resultados reafirma o papel da ciência e da universidade pública na construção de um futuro mais sustentável para o semiárido brasileiro”.
O coordenador do NEMA, professor Dr. Renato Garcia, apresentou as inovações do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, destacando que “esse é um dos programas mais estratégicos que desenvolvemos para restaurar ecossistemas e promover a resiliência ambiental no semiárido. Com técnicas inovadoras adaptadas à Caatinga, conseguimos recuperar áreas com mais de dois mil campos de futebol sem cobertura vegetal, favorecendo o retorno da biodiversidade e garantindo condições mais sustentáveis para o uso do solo. Esses avanços mostram que a recuperação ambiental é possível e necessária, com ciência e tecnologia como aliadas para transformar paisagens degradadas em ambientes vivos e produtivos”.
O evento seguiu até sexta-feira (15), com visitas técnicas às Vilas Produtivas Rurais em Salgueiro/PE e, em São Raimundo Nonato/PI, ao Museu do Homem Americano, ao Museu da Natureza e ao Parque Nacional da Serra da Capivara, importantes referências culturais, científicas e históricas da região.
Texto: Jaquelyne Costa
Assessora de Comunicação do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga e do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Univasf
Fotos: Rovani Araújo
Assessoria de Comunicação do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga
(Ascom Cemafauna/Univasf)