Ministro Paulo Teixeira anuncia investimentos de R$ 500 milhões para agricultura familiar em Pernambuco

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Em entrevista nesta quarta-feira (27) ao programa Nossa Voz, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, detalhou a agenda de compromissos que cumpre em Petrolina e no Sertão de Pernambuco. A visita inclui entregas da reforma agrária, crédito fundiário e o lançamento de novos assentamentos, com um impacto estimado de mais de R$ 500 milhões, beneficiando 11 mil agricultores com acesso a inovação, capacitação e regularização de terras para 86 famílias em mais de 1.200 hectares.

O ministro destacou a transformação do acampamento do MST, na área da Embrapa Semiárido, em assentamento definitivo para 100 famílias nos municípios de Petrolina e Lagoa Grande.

“Esse assentamento é fruto de um intenso diálogo que envolveu o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o INCRA com a Codevasf e a Embrapa, que resultou num assentamento para 100 famílias no perímetro irrigado do Rio São Francisco e que vai integrar essas famílias a uma economia dinâmica de produções de frutas de altíssima qualidade para o mercado interno e para exportação.”

Teixeira também participa do Semiárido Show, evento da Embrapa voltado à agricultura adaptada ao clima da região.

“A Embrapa está de parabéns pelo Semiárido Show, em que ela apresenta tecnologias de última geração e as adota para a agricultura familiar. Por isso, é o vínculo ideal, a ponte ideal que nós vamos ter no Brasil, que é o mais moderno se ligando às pessoas que mais precisam. Essas pessoas terão o melhor da ciência agrícola e agrária para melhorar sua qualidade de vida. Por isso eu parabenizo a Embrapa pelo Semiárido Show.”

Tarifa de 50% dos EUA e plano “Brasil Soberano”

O ministro também foi questionado sobre a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e o impacto sobre o Vale do São Francisco, importante polo exportador de frutas.

“O que que os produtores do Vale do São Francisco exportam para os Estados Unidos? Porque eles exportam as melhores frutas existentes no planeta Terra. Por isso, eu não acredito que isso vai se manter no médio e no longo prazo. Acho que vai haver uma revisão dessas tarifas, porque os Estados Unidos não têm como produzir essas frutas e não têm como encontrar no mundo frutas de tal qualidade e de tal preço. Por isso eu acredito que elas serão excepcionadas da tarifa por exigência do consumidor americano.”

Enquanto isso, Teixeira afirma que o governo federal garantirá a compra da produção local.

“Até lá nós vamos comprar essas frutas para a alimentação escolar, para os programas de aquisição de alimento e para o programa de compras institucionais.”

O ministro reforçou que a Medida Provisória que criou o Brasil Soberano pode ser prorrogada, a depender das negociações internacionais e da abertura de novos mercados.

“Eu não vejo qualquer objeção da oposição para apoiar essa medida, porque ela é para o agricultor familiar. O produtor de manga do Vale do São Francisco não vota nesse ou naquele candidato. Ele só não pode ser prejudicado nesse momento. Por isso que eu acho que essa medida vai ter grande simpatia do Congresso Nacional e será votada rapidamente. O tempo de validade dessa medida depende de como o Brasil conseguirá avançar na negociação com os Estados Unidos para excepcionar essas frutas ou, caso contrário, se abrimos outros mercados, como o europeu e o asiático. Até lá nós vamos absorver essas frutas no mercado interno, nas compras institucionais, para proteger produtores, empresas e empregos.”

Sobre a projeção de volume que pode ser absorvido internamente, Teixeira informou que o governo ainda vai alinhar a estratégia com governadores, prefeitos e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Nós agora vamos conversar com os governadores, com o ministro José Múcio, que é pernambucano, igualmente vamos conversar com prefeitos e dialogar com a Conab para pensar qual é o volume a ser absorvido e como absorver. Nesse sentido, nós vamos trabalhar para que nenhuma manga fique no pé ou caia desperdiçada. Porque o povo brasileiro tem direito a comer alimentos de qualidade, e são esses alimentos que são produzidos no Vale do São Francisco. Por isso queremos que todos os empregos, todas as empresas, todos os produtores sejam protegidos e não sofram as consequências desta medida.”