O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, confirmou em entrevista nesta quinta-feira (4) ao programa Nossa Voz que é pré-candidato ao Senado por Pernambuco em 2026. Segundo ele, sua decisão já está alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu sou candidato ao Senado, pré-candidato ao Senado, já inclusive fechado com o presidente Bolsonaro. Em mais de cinco ocasiões ele já afirmou que eu sou o candidato dele. Espero não sair do partido do PL, porque esse é o espaço natural do movimento conservador em Pernambuco. Hoje, infelizmente, eu não posso conversar diretamente nem com o presidente Bolsonaro e nem com o presidente do partido por questões judiciais que me impõem restrições. Mas assim que eu puder falar abertamente, vamos definir oficialmente a minha pré-candidatura e depois a candidatura”, disse.
O ex-ministro destacou que já aparece nas primeiras posições em pesquisas de intenção de voto e afirmou que sua trajetória política lhe garante legitimidade para representar a direita no estado.
“Até porque eu já estou em todas as pesquisas divulgadas. Quando você olha os números, eu apareço sempre em primeiro ou segundo lugar, disputando com os principais nomes. Quem representa o movimento conservador, quem representa a direita e o presidente Bolsonaro em Pernambuco chama-se Gilson Machado. Eu não preciso de credenciamento, porque a população já reconhece o meu trabalho. Em 2022, tive 1.320.000 votos para o Senado, um desempenho que praticamente repetiu o percentual do presidente Bolsonaro no estado. Ele teve 30% e eu tive 29,9%. Isso mostra que o eleitor bolsonarista caminhou comigo”, ressaltou.
Durante a entrevista, Machado relembrou obras e investimentos realizados no período em que esteve no governo federal, destacando recursos que chegaram a Pernambuco.
“O povo me conhece pelas entregas que fizemos. Em Petrolina, por exemplo, junto com o senador Fernando Bezerra e com o presidente Bolsonaro, conseguimos garantir cerca de R$ 1 bilhão em investimentos. Foram recursos que viabilizaram obras como asfaltamento, a construção, a ponte e tantas outras melhorias que mudaram a infraestrutura da região. Além disso, conseguimos a dragagem do Porto do Recife, trouxemos a Escola de Sargentos para Pernambuco, garantimos que o ramal da Transnordestina chegasse ao estado e participamos de várias outras conquistas que fortaleceram nossa economia e cultura. Tudo isso me credencia como postulante ao Senado e reforça a lealdade que sempre tive ao presidente Bolsonaro”, afirmou.
O ex-ministro defendeu que o PL mantenha candidaturas próprias em Pernambuco, mas pediu cautela para definições antecipadas.
“Todo partido forte precisa lançar candidatos em todas as esferas, seja para deputado, governador ou senador. O PL é um partido de extrema importância pelo tempo de televisão e pela base eleitoral que já consolidou. Mas eu insisto: não é hora de se precipitar. Muita coisa pode acontecer no Brasil até 2026. O presidente Bolsonaro está vivo, está ativo, e tem enfrentado muitas batalhas. Algumas pessoas parecem ansiosas para substituí-lo, como se ele já tivesse saído de cena, mas não é assim. Ele continua firme, apesar de tudo o que passou, inclusive uma facada e uma cirurgia de 13 horas recentemente. Eu não joguei a toalha e continuo acreditando que Bolsonaro lidera o nosso projeto nacional”, avaliou.
Gilson Machado também falou sobre a atuação do PL em Petrolina, que já apresentou duas pré-candidaturas a deputado estadual — da presidente municipal da legenda, Lara Cavalcanti, e do vereador Diego Serra.
“Eu tenho uma relação muito boa tanto com Diego quanto com Lara. Lara foi nossa candidata à prefeita, participei ativamente da campanha, fui à casa dela, tomei café da manhã com ela, e a levei inclusive para gravar com o presidente Bolsonaro, para que o movimento conservador tivesse mais força em Petrolina. Diego também é um nome importante. Seria muito bom que os dois conseguissem se eleger, porque Petrolina tem tamanho e importância para ter dois deputados estaduais conservadores representando a região. O que eu desejo é que ambos avancem, porque isso fortalece não só o PL, mas o projeto que defendemos em Pernambuco”, afirmou.
Machado comentou também o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal e afirmou que o momento exige união em defesa da democracia.
“Neste momento, eu tenho restrições que me impedem de dar todos os detalhes sobre os processos em que estou envolvido, e o presidente Bolsonaro também enfrenta limitações impostas pela Justiça. Isso reforça que não é hora de articulação política, mas sim de luta pela democracia, pela anistia e pela normalidade do Brasil. Nós precisamos que o país volte a respirar liberdade. Quem hoje cumpre o papel de poder moderador é o povo brasileiro, porque infelizmente não há harmonia entre os poderes. Existe disputa constante entre Legislativo, Executivo e Judiciário para ver quem é mais forte. E quem tem a palavra final é a população. Por isso, eu garanto que neste 7 de setembro as ruas estarão cheias. Será uma manifestação gigantesca em todo o Brasil, e Recife estará presente de forma marcante”, destacou.
Governo Raquel Lyra e cenário nacional
Sobre o cenário político em Pernambuco, Gilson Machado elogiou a governadora Raquel Lyra (PSDB) e disse que o movimento conservador precisa se manter unido.
“O governo de Raquel pegou Pernambuco em estado de terra arrasada, mas ela tem feito um trabalho importante, sobretudo na segurança pública. Já há pesquisas que demonstram resultados positivos dessa atuação. Além disso, temos uma oposição atuante no Recife, que mostra a realidade da cidade sob a gestão de João Campos. É um Recife onde faltam medicamentos e insumos básicos nos hospitais, enquanto sobram verbas bilionárias para propaganda. Isso está sendo exposto pela oposição diariamente. Eu conheço Raquel desde quando foi prefeita de Caruaru. Fizemos várias ações juntos, inclusive durante a pandemia, quando consegui respiradores para a cidade, e também quando transformamos o forró em patrimônio cultural e material do Brasil. Sempre tivemos uma boa relação de trabalho”, afirmou.
Sobre as especulações de uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Machado condicionou a decisão ao apoio de Bolsonaro:
“Eu acredito que Tarcísio só será candidato à Presidência com o aval do presidente Bolsonaro. Se Bolsonaro der o aval, estarei colado com Tarcísio de Freitas, apoiando integralmente. Se não der, acredito que Tarcísio não arriscará colocar em jogo uma eleição praticamente certa para o governo de São Paulo. Ser governador é menos trabalhoso do que ser presidente e tem visibilidade tão grande quanto. Por isso, ninguém no movimento conservador pode se antecipar sem a palavra final de Bolsonaro”, avaliou.