O rádio do Vale do São Francisco perdeu uma de suas vozes mais conhecidas. Morreu, aos 62 anos, o radialista Beto Lupi, que estava internado há três semanas em uma UTI, lutando contra complicações de saúde. A filha do comunicador confirmou a informação nesta quinta-feira (04). Ainda não há detalhes sobre velório e sepultamento, que serão divulgados pela família assim que possível.
Beto Lupi escolheu Petrolina e Juazeiro como seu lar desde o fim da década de 1980. Foi aqui que construiu sua história, marcada por carisma, paixão pelo rádio e uma relação especial com o esporte. Torcedor da Ponte Preta, carregava com orgulho o apelido de “repórter de todas as camisas”, em referência à sua vasta coleção de uniformes de times de futebol, que simbolizava seu vínculo afetivo com o esporte e a cultura do futebol.
A trajetória profissional de Beto Lupi começou nos anos 1980, em emissoras tradicionais da região, como a Emissora Rural AM, onde deu os primeiros passos como locutor e repórter esportivo. Mas foi na Rádio Grande Rio FM 100,7, a partir dos anos 1990, que ele consolidou sua carreira. Durante mais de duas décadas, tornou-se uma das vozes mais reconhecidas da emissora, acompanhando o crescimento da rádio e ajudando a escrever a história da comunicação regional.
No ar, Beto Lupi foi sinônimo de versatilidade. No campo esportivo, se destacou com o programa “Papo Esportivo”, nas tardes da GRFM, e se tornou marca registrada de sua atuação. Com estilo direto, vibrante e cheio de emoção, conquistou ouvintes e colegas, sendo eleito melhor repórter esportivo no Prêmio Destaque Imprensa de 2013 e novamente indicado no ano seguinte. Fora do universo esportivo, brilhou nas noites da Grande Rio FM com o programa “Ponto G”, dedicado às músicas românticas e à interação descontraída com o público adulto.

Ao longo de sua carreira, Beto Lupi não apenas narrou gols e comentou partidas: ele fez parte da memória afetiva de milhares de ouvintes que o acompanharam no rádio, seja nos momentos de paixão esportiva, seja nas noites embaladas por música e boas histórias.
Aos 62 anos, parte deixando a esposa, Edna Maria Coelho, três filhos, familiares, amigos e uma legião de ouvintes que se acostumaram com sua voz firme e seu jeito irreverente de comunicar. O rádio regional perde um talento que marcou gerações, mas sua contribuição permanece como referência para a comunicação do Sertão do São Francisco.