Moradores da Rua 5, no bairro Terras do Sul, em Petrolina, enfrentam há mais de 20 dias os efeitos de um esgoto estourado que corre a céu aberto, invade calçadas e coloca em risco a saúde da comunidade. Além do mau cheiro, o problema tem atraído insetos, dificultado o trânsito de pedestres e veículos e causado medo de contaminações.
O repórter Marco Aurélio esteve no local e ouviu moradores.
“Rapaz, não chegou a invadir não, mas andou perto, certo? É o seguinte, isso aí está prejudicando demais a saúde da gente, por causa que tem muita bactéria, ajunta mosquito, os pessoal vai passar com as moto, passa por cima das calçada, porque não tem como passar por dentro dos esgoto, certo? E a saúde da gente é pouca, né, com um negócio desse aí”, relatou o morador Valdir, que convive com a situação há quase um mês.
Na esquina da mesma rua, dona Socorro disse que sua casa é uma das mais atingidas:
“Olha, eu sou a mais prejudicada de todos os moradores aqui, porque minha casa fica na esquina, aí fica além da traseira da casa, fica de lado. Fica um tipo um L. É muito mucílito, muriçoca, é muita imundice. Minha casa só não foi invadida porque eu botei umas carroças de terra no pé do muro para que não entrasse. A imundice é muito grande. A denúncia foi feita, agora a resposta não tive ainda não.”
O líder comunitário Pedro Arivaldo, conhecido como Pedro de Japão, reforçou o apelo dos moradores e criticou a falta de infraestrutura adequada:
“É um momento de indignação, de revolta e de tristeza. A tubulação é de 100 mm, quando deveria ser de pelo menos 300 mm, e aqui está a consequência. Já liguei para a ouvidoria, já procurei vereadores, mas a população está aqui sendo refém. Crianças já caíram dentro, idosos não conseguem transitar. Aqui é fezes mesmo, aqui é esgoto, e a gente pede ao secretário Rodrigo Jacobina que tenha sensibilidade e resolva essa situação. Isso é um problema de saúde pública.”
Outra moradora, Carla, que está grávida e tem duas filhas pequenas, relatou as dificuldades de viver no local:
“Aqui na rua já tem até morotó, aqueles bem grandão. A gente não consegue trazer as crianças para a rua para brincar. Até para sair, eu tenho duas meninas e agora tô grávida novamente. É bastante mosquito, mau cheiro, a rua alaga quando chove, minha porta já ficou tomada de água. Eu já fui na prefeitura, na Compesa, já levei abaixo-assinado, e ninguém resolve nada.”
Enquanto o esgoto continua correndo pela Rua 5 e pelas imediações, os moradores seguem cobrando providências urgentes das autoridades para que a situação seja resolvida antes que se agrave ainda mais.
