Durante participação ao vivo no programa Nossa Voz desta segunda-feira (15), o conselheiro tutelar Evaldo Francisco denunciou a demora no atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Petrolina. O caso relatado por ele ocorreu no último domingo (14) e expõe, segundo o conselheiro, a sobrecarga da equipe de saúde e o sofrimento de pacientes que aguardam horas por atendimento.
Evaldo contou que chegou à UPA às 14h49 com a glicemia marcando 310 mg/dL e sentindo formigamento nos pés. Apesar do quadro, foi classificado como baixa urgência pela triagem e só conseguiu ser atendido às 19h20, mais de quatro horas depois.
Para se ter uma ideia, a Sociedade Brasileira de Diabetes classifica como normal uma glicemia aleatória (em qualquer horário, independentemente da última refeição) de até 140 mg/dL, admitindo-se até 200 mg/dL dependendo dos sintomas apresentados. Valores acima disso, como o registrado por Evaldo, indicam descompensação e a necessidade de atenção médica imediata.
“Eu entrei com a taxa de glicemia altíssima, estava com formigamento nos pés e pernas. A enfermeira disse que não era considerado um caso de urgência. O que me chamou atenção foi a sobrecarga: um médico já havia atendido cerca de 150 pessoas naquele dia, e havia apenas dois profissionais de plantão para toda a demanda”, relatou.
O conselheiro disse ainda que presenciou idosos aguardando desde o início da tarde e mães desesperadas com a demora. “A UPA de Petrolina, nos finais de semana, não atende apenas moradores da cidade, mas pacientes de toda a região. É impossível que dois médicos deem conta dessa demanda. Isso é falta de respeito com a população”, afirmou.
Evaldo Francisco aproveitou a participação no programa para cobrar uma resposta imediata das autoridades. “Vamos esquecer a questão política e pensar nas pessoas. É urgente reforçar a escala médica, pois não existe condição de apenas dois médicos atenderem tantos casos de emergência”, alertou.
O Nossa Voz entrou em contato com a assessoria de comunicação da UPA, que encaminhou uma nota sobre o relato feito pelo conselheiro tutelar.
“A direção da UPAE Petrolina entende a preocupação do usuário diante a espera por atendimento e esclarece que a unidade mantém regularmente três médicos por plantão e que o tempo de espera pode variar conforme a gravidade dos casos atendidos, já que o protocolo de classificação de risco prioriza sempre as situações mais urgentes e com risco imediato de vida.Reforçamos nosso compromisso em oferecer um atendimento humanizado e seguro a toda a população que busca os serviços da unidade”.