Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina inicia processo eleitoral com assembleia que reuniu mais de 600 associados

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O Sindicato dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Petrolina iniciou a agenda eleitoral de 2025 com a realização de assembleias gerais extraordinárias, na última sexta-feira (27). O encontro reuniu mais de 600 associados e teve como principais deliberações a revogação do estatuto social aprovado em setembro, a escolha da comissão eleitoral que vai conduzir o pleito deste ano e a aprovação do regimento interno.

A presidente do sindicato, Maria Joelma, avaliou o momento como histórico para a categoria e destacou a confiança da base no trabalho da diretoria.

“Nossa assembleia foi muito bem organizada e a gente não faz nada sozinho. Os motoristas, os funcionários, todos se engajaram de A a Z. Essa participação formou uma organização sólida. Quero agradecer às mais de 600 pessoas que estiveram conosco, porque isso é confiança, isso é acreditar no nosso trabalho.”

O processo eleitoral está marcado para o dia 25 de novembro e deve movimentar toda a categoria. Além das eleições, a entidade também está organizando a campanha salarial, que pretende colocar em pauta reivindicações como o fim da escala de trabalho 6×1, a oferta de alimentação no local de trabalho e melhorias salariais.

“O fim do 6 por 1 é essencial para que o trabalhador tenha vida social. Trabalhar de segunda a sexta permite que o sábado seja para organizar a casa e o domingo, para lazer em família. Isso é qualidade de vida. Além disso, temos outras pautas como o fardamento e a alimentação no local de trabalho, mas tudo precisa ser aprovado em assembleia para que possamos levar à classe patronal”, ressaltou Joelma.

A dirigente também defendeu a reforma do estatuto para que o calendário eleitoral não coincida com o período de negociação da pauta salarial, o que, segundo ela, atrapalha o andamento das conquistas da categoria.

“A política sindical é uma coisa e a política salarial é outra. Precisamos separar os processos. O que queremos é garantir a convenção coletiva e buscar mais direitos. Para isso, é fundamental ajustar o estatuto para que os trabalhadores não tenham prejuízo.”

A comissão eleitoral, escolhida durante a assembleia, será formada por trabalhadores da base e terá a missão de garantir a lisura do pleito. O regimento interno aprovado já define etapas como a publicação de editais e o prazo de registro das chapas.

“A comissão não é de A nem de B. Ela está ali para conduzir o processo de forma clara, transparente e institucional. O regimento estabelece desde a data da eleição até os prazos de inscrição das chapas, e tudo será cumprido à risca”, afirmou Joelma.

A vice-presidente do sindicato, Simone Paim, também ressaltou os avanços conquistados pela entidade e reforçou a importância do plebiscito popular “Por Vida Além do Trabalho”, que recolheu mais de 2.500 assinaturas em fazendas da região.

“Hoje temos uma convenção com 90 cláusulas, fruto da luta coletiva. Mas ainda precisamos avançar. O plebiscito mostrou que os trabalhadores querem o fim da escala 6×1 sem prejuízo salarial e alimentação no local de trabalho. É inadmissível que, no tamanho do Vale do São Francisco, ainda levemos marmita para a fazenda. A mão de obra produz riqueza para exportação e precisa de valorização.”

Segundo o sindicato, o aumento no número de associados, de pouco mais de mil para quase nove mil nos últimos anos, mostra a confiança da categoria na atual diretoria. A entidade também lembra que, diferentemente de outros setores, os trabalhadores rurais não têm o desconto mensal de R$ 94 previsto em convenções coletivas, uma conquista que, segundo a direção, garante alívio no orçamento de famílias que sobrevivem com salários em torno de R$ 1.555.

“É pouco, é insuficiente. Por isso lutamos por valorização salarial e melhores condições de trabalho. Acreditamos que quando o trabalhador tem tempo para a família e qualidade de vida, ele produz mais e tem saúde para seguir na lida. Esse é o compromisso que reafirmamos com cada associado”, concluiu Joelma.