A sessão da Câmara de Vereadores de Petrolina, nesta terça-feira (30), foi palco de embates diretos entre situação e oposição, com direito a provocações sobre número de cadeiras, convites para mudança de lado e críticas duras ao grupo político dos Coelho.
Ao usar a tribuna, o vereador Manoel da Acosap exaltou a força do grupo liderado pelo prefeito Simão Durando e pelo ex-prefeito Miguel Coelho. Ele lembrou que a base do governo já conta com 21 dos 23 vereadores da Casa e insinuou que esse número pode aumentar. “A política é dinâmica e dá muitas voltas. O nosso grupo político, liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, vive um momento muito especial em Petrolina. Já temos 21 vereadores e, dependendo do andar da carruagem, podemos chegar a 22”, disse.
Em tom de provocação, Manoel ainda convidou o oposicionista Ronaldo Silva a se juntar ao grupo e disputar uma cadeira de deputado estadual ao lado dos Coelho. “Se quiser ser candidato, venha para cá. Desde 1952 que Petrolina é conduzida por essa família. Deixe Gilmar na oposição e venha para o lado que tem projeto”, afirmou.
O convite não foi bem recebido. Ronaldo Silva rebateu de imediato e afirmou que a oposição não só vai sobreviver, como vai crescer. “Discurso muito bonito do vereador Manoel, mas quem vai destruir a situação são vocês mesmos. A oposição não vai diminuir. Os recados estão sendo dados, só não vê quem é cego ou surdo. Vamos continuar fiscalizando cada tostão, porque esse dinheiro é do povo, não de prefeito ou vereador”, disparou, em referência ao empréstimo de R$ 800 milhões aprovado pela base do governo.
A fala de Ronaldo provocou reação de Júnior Gás, que cobrou mais clareza. “Vossa excelência tem que dar nome aos bois. Aqui ninguém é cego nem surdo, estamos prontos para ajudar o prefeito”, respondeu. Em tom irônico, Ronaldo devolveu: “Respeite seus pares, não chame seus colegas de boi, vereador”.
O líder da oposição, Gilmar Santos, também se posicionou contra o discurso da base governista, criticando a priorização de obras em áreas centrais e turísticas enquanto comunidades periféricas, como o bairro São Joaquim, seguem sem infraestrutura básica. “A Orla 3 recebe investimento, mas a Lagoa do São Joaquim continua horrorosa, cheia de lixo e esgoto. São trabalhadores pretos, pobres e periféricos que estão sendo ignorados. É vergonhoso que Miguel Coelho tenha feito propaganda e até hoje a situação esteja do mesmo jeito. Não faltaram recursos nem empréstimos. O que falta é compromisso com quem mais precisa”, afirmou.