Ministros do governo Lula e governador da Bahia participam do Congresso Brasileiro de Agroecologia em Juazeiro

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Juazeiro (BA) se tornou nesta quinta-feira (16) a capital brasileira da agroecologia. A cidade sediou a abertura do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), evento que reuniu ministros do governo federal, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, lideranças de movimentos sociais e representantes de universidades. A data coincidiu com o Dia Mundial da Alimentação e trouxe como tema “Agroecologia, Convivência com os Territórios Brasileiros e Justiça Climática”.

Os ministros Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência; Wellington Dias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, participaram da solenidade ao lado do governador Jerônimo Rodrigues e do prefeito de Juazeiro, Andrei Gonçalves. A presença da comitiva simbolizou o compromisso do governo Lula em fortalecer políticas públicas voltadas à agricultura familiar, à segurança alimentar e à transição ecológica da produção rural.

Durante o evento, foi destacada a entrada em vigor do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O programa, uma reivindicação histórica de movimentos ligados à produção orgânica e agroecológica, tem como objetivo reduzir o uso de agrotóxicos e ampliar alternativas sustentáveis de produção agropecuária. “Há dois anos dissemos que o presidente Lula retomaria a política de apoio à agroecologia. Hoje o Pronara é realidade”, afirmou Márcio Macêdo, lembrando que a iniciativa integra ações conjuntas com outros ministérios e instituições públicas.

Além do Pronara, os ministros anunciaram investimentos expressivos na agricultura familiar. Foram assinados 37 projetos do edital Ecoforte 2024, com aporte total de R$ 75 milhões em todas as regiões do país, beneficiando mais de 600 organizações e cerca de 15 mil famílias. O ministro Paulo Teixeira destacou novas linhas de crédito dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, como o Pronaf Agroecologia e o Quintal Produtivo Agroecológico, voltado especialmente para mulheres agricultoras. “Enfim, não adianta falar em agroecologia sem financiamento, e o financiamento está chegando com o Pronaf. Vamos dar esse chute na bola para fazer a grande mudança de uma agricultura de base química para uma agricultura de base biológica”, afirmou.

Para o ministro Wellington Dias, o encontro em Juazeiro simboliza uma virada histórica para o país. “O Brasil precisa ter orgulho de ser o quarto maior produtor de alimentos e, ao mesmo tempo, um país sem fome. Garantir alimento saudável é prioridade, especialmente diante do desafio das mudanças climáticas. O Brasil vai sediar a COP-30 e tem a responsabilidade de liderar pelo exemplo”, disse. Ele lembrou que o conjunto de políticas sociais e produtivas, como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos e a alimentação escolar, consolidam o país como referência mundial na luta contra a fome.

O governador Jerônimo Rodrigues destacou a simbologia de realizar o congresso às margens do Rio São Francisco e anunciou uma lei estadual voltada à agricultura urbana e periurbana. “Temos muito a celebrar, mas também a responsabilidade de não baixar a guarda. A Bahia e o Brasil não vão baixar a guarda. É o ano em que o país sai do mapa da fome, e isso precisa ser reafirmado”, disse. Já o prefeito Andrei Gonçalves enfatizou o impacto do evento para Juazeiro, que teve a rede hoteleira completamente ocupada e ganhou projeção nacional e internacional. “Os olhos do mundo estão voltados para Juazeiro neste momento. É um modelo novo de gestão, de olhar para as pessoas, para o ser humano, cuidando em todas as áreas”, afirmou.

O evento, sediado no campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), reúne mais de cinco mil participantes de todo o país e segue até sábado (18). Organizado pela Univasf, Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Embrapa Semiárido, Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e outras instituições, o CBA fortalece políticas públicas, incentiva a inovação na agricultura familiar e reafirma o protagonismo do Semiárido nordestino na construção de um futuro mais sustentável.