Durante o mês de novembro, o comércio em todo o país se aquece com promoções e descontos da Black Friday, e com isso aumentam também os riscos de golpes, fraudes e compras por impulso. Para evitar prejuízos, o Prodecon, órgão de defesa do consumidor vinculado à Prefeitura de Petrolina, reforçou as orientações aos consumidores sobre segurança nas compras e comportamento consciente.
Em entrevista nesta segunda-feira (10), ao programa Nossa Voz, o coordenador do Prodecon, Dr. Marcos Barcelar Filho, explicou que o período de ofertas exige atenção redobrada.
“No Brasil a Black Friday deixou de ser um único dia. Atualmente a gente visualiza no comércio, não só local, mas em todo o país, que todo o mês de novembro surgem promoções. E isso traz, evidentemente, diversas oportunidades, mas também acompanhadas de riscos, golpes, fraudes, promoções enganosas. Então o consumidor precisa estar atento a esse período, redobrar as atenções que já precisam ter no dia a dia, porque a promoção não suspende o direito. O Código de Defesa do Consumidor continua valendo integralmente e, principalmente, nesses períodos em que o comércio fica aquecido”, destacou.
Entre os golpes mais comuns, segundo o coordenador, está a chamada “maquiagem de preço”, quando um produto aparece com desconto falso.
“O problema mais comum está disparadamente na famosa maquiagem de preço, aquele falso desconto. É importantíssimo que o consumidor acompanhe o valor real do produto que ele pretende adquirir, para quando chegar o momento da Black Friday saber se a promoção é verdadeira. Também é preciso desconfiar de ofertas muito acima da média, porque nenhuma loja vai fazer milagre, ela precisa ter lucro”, alertou Marcos Barcelar.
Outra prática recorrente é a alteração do preço no caixa, quando o valor mostrado na prateleira é diferente do cobrado na hora do pagamento.
“A orientação é que o consumidor consulte a nota fiscal antes de pagar e verifique se o preço corresponde ao anunciado. Também é preciso atenção quando o produto se torna indisponível logo após a compra. Muitas vezes a loja cancela injustificadamente o pedido, alegando que o cliente desistiu, mas na verdade o produto nunca existiu, foi apenas um chamariz para atrair o consumidor”, explicou.
Nesses casos, o consumidor pode exigir o cumprimento da oferta ou o reembolso integral do valor pago.
A internet é o principal ambiente de risco durante o período de promoções. O coordenador reforça que o consumidor deve sempre verificar a autenticidade do site e da empresa.
“A indústria de golpes e fraudes tem se tornado cada vez mais profissional. É fundamental observar se o site tem a sigla https e o cadeado de segurança no canto superior da página. Outra dica é pesquisar o CNPJ e consultar o site Reclame Aqui. Lá o consumidor pode verificar a reputação da empresa, a nota e se ela resolve as reclamações. Esses cuidados podem salvar de uma fraude”, orientou.
Promoções em lojas físicas
Mesmo nas lojas presenciais, é preciso estar atento à clareza das etiquetas e preços.
“Se o consumidor encontrar dois preços diferentes, deve prevalecer o menor. Ele tem direito de exigir o cumprimento da oferta. Às vezes a etiqueta está trocada ou mal posicionada, mas a responsabilidade é do fornecedor”, reforçou.
O coordenador também deixou um recado direto aos lojistas:
“Se pudermos resumir tudo em uma palavra, seria transparência. O fornecedor deve agir com total clareza. O consumidor é parte vulnerável nessa relação e precisa compreender facilmente as condições da oferta. Nós temos intensificado a fiscalização, inclusive em parceria com a Vigilância Sanitária, e encontramos situações pontuais de ausência de preços visíveis e propagandas enganosas. Onde há diálogo, orientamos. Onde há abuso, notificamos e, se necessário, aplicamos multa. Nosso papel é educar o comerciante e proteger o consumidor.”
Onde denunciar
O Prodecon está disponível para esclarecer dúvidas e receber denúncias de consumidores e fornecedores.
“Funcionamos na Avenida Coronel Clementino Coelho, número 174, bairro Atrás da Banca. Nosso telefone é (87) 3983-6435. O atendimento é gratuito, humanizado, sem necessidade de agendamento, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h”, informou o coordenador.
Com o aumento das compras e promoções durante todo o mês, o alerta do Prodecon é claro: promoção não suspende direito. Transparência, atenção e pesquisa são as principais armas do consumidor para garantir uma Black Friday segura e sem prejuízos.
