A morte da influenciadora digital Yasmin Ângela, de 26 anos, causou grande comoção em Petrolina e reacendeu o alerta das autoridades sobre o consumo de bebidas alcoólicas de origem duvidosa. A jovem morreu na madrugada de quarta-feira (12), e há suspeita de intoxicação por metanol, substância tóxica utilizada em solventes e combustíveis.
Em entrevista coletiva, o secretário de Saúde de Petrolina, João Luis Nogueira, lamentou o ocorrido e pediu que a população redobre a atenção quanto à procedência das bebidas consumidas.
“A gente lamenta profundamente e aqui fica um alerta: se você tem dúvida da origem da bebida, se comprou sem nota fiscal, se percebeu que a rolha ou o lacre estavam violados, não consuma. Leve à polícia, ao Prodecon ou ligue para a Vigilância Sanitária. É muito sério isso que está acontecendo, não só em Petrolina, mas no Brasil todo. Começou em São Paulo e já há números preocupantes em Pernambuco”, disse.
Fiscalização intensificada
Segundo o secretário, a Prefeitura de Petrolina vem realizando fiscalizações desde outubro, quando surgiram os primeiros casos suspeitos no país. As ações são feitas em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal e Estadual, verificando bares, restaurantes e depósitos de bebidas.
“Desde outubro, por orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual, estamos fiscalizando a origem das bebidas, notas fiscais e documentos. Não apenas whisky, mas cervejas e outros engradados. Essa ação é permanente, mas será intensificada após esse caso lamentável”, explicou João Luiz.
Investigação sobre a origem da bebida
O secretário informou que três jovens consumiram whisky no início da semana, e que Yasmin foi a primeira paciente a apresentar sintomas graves. A bebida, segundo as primeiras apurações, não teria origem em Petrolina, mas em outro município pernambucano — hipótese que ainda está sendo verificada.
“Há indícios de que o produto veio de uma cidade de Pernambuco, mas também circulou informação de que poderia ter vindo da Bahia. Tudo está sendo apurado com cautela. É preciso responsabilidade no trato desse assunto, pois há uma cadeia de bares, distribuidores e comerciantes que precisa ser verificada”, afirmou.
O primeiro chamado foi feito ao SAMU, que encontrou a jovem já sem sinais vitais.
“O serviço de urgência chegou à residência e ela já não apresentava nenhum sinal vital. Literalmente, sequer houve a possibilidade de socorro”, relatou o secretário.
Outras duas vítimas seguem internadas
Outros dois jovens, de 21 e 22 anos, também apresentaram sintomas de intoxicação e permanecem internados no Hospital Universitário da Univasf (HU). Um deles está entubado na UTI.
“Sim, procede. O paciente 2 está entubado. Estamos acompanhando junto com a equipe médica do HU e aguardando novo boletim. A Prefeitura está oferecendo todo o suporte”, confirmou.
Sintomas e orientações à população
João Luiz reforçou os sintomas de alerta que podem indicar intoxicação por metanol:
“Vômito, visão turva, sonolência, dor de cabeça forte, náuseas. Eles se assemelham muito à embriaguez, por isso é preciso cuidado. Quem apresentar esses sintomas deve procurar imediatamente a UPA 24h, que é a unidade de referência em Petrolina”, orientou.
O secretário também explicou a diferença entre o álcool comum e o metanol.
“O etanol é o álcool etílico que encontramos nas bebidas. Já o metanol é o álcool metílico, usado em combustíveis, plásticos e solventes — extremamente nocivo mesmo em pequenas quantidades”, detalhou.
Laudo deve confirmar causa da morte
A causa da morte ainda não foi oficialmente confirmada. O corpo de Yasmin passou por necropsia no Instituto de Medicina Legal (IML) de Petrolina, e o resultado deve ser divulgado até sexta-feira (14).
“Repito: a suspeita é grande, mas estamos aguardando com cautela a confirmação da Polícia Científica de Pernambuco”, pontuou.
Enquanto o laudo não é divulgado, a Secretaria de Saúde, em parceria com a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária, segue investigando a origem da bebida e reforçando a fiscalização nos estabelecimentos da cidade.
Canal de denúncia
A Secretaria disponibilizou um canal para denúncias e informações sobre bebidas suspeitas.
📞 (87) 9 8844-2540 (WhatsApp) — os moradores podem enviar fotos, mensagens e áudios com suspeitas de irregularidades.
“Queremos que a população participe. Se houver qualquer dúvida sobre uma bebida, entre em contato. Esse é um caso grave e precisamos da colaboração de todos”, finalizou o secretário.



