Com emoção e reconhecimento, APAE Petrolina inaugura quadra multiuso e celebra legado de Anamaria Coelho

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A inauguração da quadra multiuso da APAE Petrolina, realizada nesta quinta-feira (13), reuniu emoção, gratidão e uma forte reafirmação do compromisso da instituição com a inclusão. O evento celebrou não apenas a entrega de um novo espaço para esporte, lazer e convivência, mas também a história que sustenta a trajetória da APAE: uma história construída por amor, perseverança e fé, iniciada por Anamaria Coelho há mais de três décadas.

A cerimônia começou com a fala da presidente da APAE, Vanda Ferreira, que ressaltou o impacto simbólico e prático da quadra.

“Com certeza traz um significado maior não só para a área do esporte. Vai ser um espaço para desenvolver nossas atividades, nossos eventos. Para a gente é de suma importância”, afirmou.

Vanda descreveu 2025 como um ano de fortalecimento. “A gente ganhou um presente. Quando você recebe, você agradece. Quando você recebe, você tem mais fé. É uma conquista, e a gente só tem a agradecer aos parceiros.”

Ela reforçou o caráter aberto e transparente da instituição. “São mais de 400 pessoas matriculadas. É um trabalho muito bonito, muito transparente. Qualquer um pode entrar e ver como funciona a APAE.”

Em seguida, o vereador Ronaldo Silva, amigo da família Coelho, destacou a dimensão social e humana da obra, conectando o passado da instituição ao presente. “É muito gratificante ter a senhora aqui, dona Ana. Quero falar do homem visionário, o deputado Osvaldo Coelho, que pensava nas pessoas mais necessitadas. Tenho certeza de que ele está alegre lá no céu vendo esse sonho realizado.”

Ele lembrou que a fundação da APAE nasceu da escuta sensível de Anamaria. “Ela viu a necessidade das mães, levou as reivindicações para Dr. Osvaldo e para Guilherme, que era prefeito. Daí nasceu esse espaço de acolhimento.”

O médico neurologista José Carlos de Moura, voluntário desde a fundação, fez questão de contextualizar a importância da instituição. “De acordo com o IBGE de 2010, o Brasil possui 45 milhões de pessoas com deficiência. E como isso chegou em Petrolina? Pela sensibilidade de uma mulher. Essa mulher andou nos bairros, nos distritos, e viu quantas crianças havia com deficiência — e muito mais nas famílias carentes.”

Dr. José Carlos lembrou as tentativas iniciais de apoio. “Ela foi para Brasília. Voltou com as mãos vazias, mas com o coração cheio de energia e propósito.”

Ele recordou o ato de fundação. “Em 1990 houve a reunião na Biblioteca Pública. Em 1991 montou-se a primeira diretoria com Anamaria como presidente. Ela sedimentou no terreno fértil, e o que é plantado assim nunca é destruído.”

A dedicação da família Coelho também foi reconhecida. “Os seis filhos de dona Ana se dedicaram. Dr. Osvaldo foi peça fundamental. Petrolina contagiou Juazeiro, que também fundou sua APAE. É uma simbiose bonita.”

A fundadora, Anamaria Coelho, fez um discurso marcado por fé, memória e emoção. Ela falou como sempre: pausado, repetindo o que lhe é mais caro, costurando fé e afeto. “Meus queridos amigos, que alegria estar aqui nesta manhã tão especial. Quando olho para esta quadra, para cada um de vocês, para nossas crianças, jovens e adultos da APAE, meu coração se enche de gratidão ao meu Deus.”

Ela voltou às origens da instituição:
“A APAE nasceu do desejo de cuidar. Cuidar das mães que encontrei tantas vezes nas estradas da zona rural, ao lado do meu marido, o eterno deputado Osvaldo Coelho. Vi a luta delas. Vi a dor, o medo, a força. E prometi a mim mesma que faria algo por elas.”

Sobre os 30 anos de história,  o relato reforça o cuidado. “A APAE se tornou um lar de cuidado, de aprendizado, de reabilitação e de esperança. Quando a gente tem Deus no coração, a gente acredita na esperança.”

E, emocionada, completou. “A estrutura que vejo hoje é um sonho que virou realidade. Sonhei, e graças a tantos que se uniram, hoje está aqui. Nada paga o que os anjinhos da APAE sustentam em nossos corações.”

O superintendente da Codevasf, Edilázio Wanderley, reforçou o caráter ético e responsável da obra. “Muitas vezes é preciso a mansidão e a coragem, como a da senhora, dona Ana. Houve questionamentos sobre a obra, mas mostramos que quando se trabalha pelo povo, sem interesse de A ou B, se faz o certo.”

Ele também recordou a promessa cumprida. “Prometemos entregar em seis meses. Entregamos.”

E assumiu novo compromisso. “A cobertura eu não posso garantir agora, mas saio daqui com o compromisso de enviar os técnicos para fazer o projeto. Vamos somar forças para avançar mais.”

As falas das filhas de Anamaria encerraram a cerimônia com afeto, memória e reconhecimento.

Ana Josepha Coelho destacou o sentido da APAE para a família. “A APAE significa a sensibilidade de servir ao próximo. Fomos criados assim. Estas crianças tocam nosso coração hoje como tocaram há 30 anos.”

Anamaria Coelho Araújo falou do propósito materno. “Para mamãe, a APAE foi uma missão de vida. Ela se preocupava com as mães, com o apoio psicológico, com o cuidado. Hoje sentimos alegria em ver o sorriso das crianças e saber que esta quadra vai trazer ainda mais projetos e desenvolvimento.”

Ana Carolina Coelho resumiu em gratidão. “Muito do que vemos hoje é consequência do trabalho de mamãe, Dr. Zé Carlos, Wanda e da equipe. Gostaria de dizer a mamãe que a amo muito. Minha última palavra é gratidão.”

Ana Amélia Coelho completou. “Mamãe teve a sensibilidade de ver crianças desassistidas. Criou esse sonho e o sonho virou realidade. A APAE é uma casa de amor, doação e solidariedade. Hoje também é dia de homenageá-la por essa história linda.”

A inauguração da nova quadra multiuso da APAE Petrolina não foi apenas uma entrega de obra. Foi a celebração pública de um legado que nasceu da fé e da sensibilidade de uma mulher, se fortaleceu pelas mãos de profissionais e voluntários, e hoje transforma a vida de centenas de famílias.

E, como disse Anamaria, “nada paga o que os anjinhos da APAE colocam dentro do nosso coração.”