A eleição para a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR) movimenta a categoria nesta terça-feira (25). A votação acontece na sede da entidade, na Avenida das Nações, e em dezenas de fazendas da região. Duas chapas disputam o comando do sindicato: a Chapa 1, liderada por Maria Joelma, e a Chapa 2, encabeçada por Lucilene Santos Lima, a Leninha.
Ao todo, 54 pontos de votação foram montados: 40 urnas itinerantes que percorrem fazendas previamente roteiradas, 10 urnas fixas nas grandes fazendas e quatro urnas fixas na sede para trabalhadores que votam em separado. Cerca de 6.200 trabalhadores rurais estão aptos ao voto, e a expectativa da comissão eleitoral é que entre 3 e 4 mil participem.
Segundo Marcelo Cavalcante, assessor jurídico da comissão eleitoral, toda a preparação começou há aproximadamente 60 dias. “A estrutura foi montada para que todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais votem, tanto na sede quanto nas fazendas. A programação começou dois meses atrás, com inscrição de chapas, campanha e toda a preparação para este dia”, afirmou.
Ele explicou que a transparência tem sido uma prioridade do processo. “Todas as reuniões e decisões sempre foram oportunizadas às duas chapas, que indicaram seus representantes legais. Cada urna é acompanhada por três mesários e um suplente escolhidos pelas próprias chapas. Buscamos garantir total lisura e a liberdade de voto do trabalhador rural”, disse.
Cavalcante também comentou o andamento da votação. “Atrasou um pouco o início dos trabalhos, mas agora tudo flui dentro do esperado. Há muita gente aguardando para sair com as urnas itinerantes, o que é normal pela dimensão da estrutura”, destacou.
As urnas itinerantes devem encerrar a coleta às 17h, enquanto a urna da sede funciona até as 16h. Depois disso, a apuração começará imediatamente. “Tão logo a votação termine, a mesa apuradora será instalada. A expectativa é a melhor possível”, concluiu Marcelo.
A eleição deste ano foi marcada por intensos embates judiciais. A Chapa 2, de Leninha, chegou a ser indeferida pela comissão eleitoral, mas voltou à disputa após decisão do juiz da 1ª Vara do Trabalho de Petrolina, Genison Cirilo Cabral. O magistrado destacou o número elevado de judicializações envolvendo a eleição — cinco ações e seis mandados de segurança — e criticou um protesto realizado no Fórum no dia 17, quando trabalhadores foram levados ao local para pressionar o Judiciário.
Na decisão, o juiz também chamou atenção para o fato de que, apesar de milhares de trabalhadores rurais enfrentarem condições precárias, o sindicato não teria ajuizado nenhuma ação trabalhista em defesa da categoria no último ano, enquanto a eleição registrou grande volume de disputas judiciais.
O resultado do pleito deve ser divulgado ainda nesta segunda-feira, após a apuração.
