O ano de 2025 foi marcado por avanços significativos e desafios complexos para a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Ao longo do período, a instituição ampliou vagas, manteve indicadores de qualidade acadêmica, avançou nas áreas de pesquisa, extensão e na atuação do Hospital Universitário (HU). Por outro lado, enfrentou restrições orçamentárias, superlotação no HU, paralisações trabalhistas e mudanças relevantes nos processos de ingresso.
Para fazer um balanço desse cenário, avaliar decisões administrativas e apontar caminhos para 2026, o programa de hoje (17) recebeu, no estúdio, o reitor da Univasf, professor Telio Nobre.
“Foi um ano em que a Univasf demonstrou, mais uma vez, sua força, resiliência e potência para transformar vidas na nossa região por meio da educação. Tivemos muitos desafios, porque nossas necessidades são bem maiores do que aquilo que cabe no nosso orçamento”, afirmou o reitor.
Segundo Telio Nobre, a gestão tem mantido diálogo constante com os setores federais, buscando maior aporte orçamentário para que a universidade consiga atender às suas demandas crescentes. Mesmo diante da limitação de recursos, a Univasf conseguiu avançar. “Ampliamos cursos de graduação e pós-graduação, expandimos atividades acadêmicas e mantivemos a universidade viva, ativa e pulsante”, destacou.
Entre os avanços celebrados pelo reitor está a implantação de novos cursos de mestrado, como o mestrado em Ensino, no campus de Senhor do Bonfim, e o mestrado em Educação Inclusiva, na região da Serra da Capivara. Também houve a aprovação de novas residências médicas e multiprofissionais, fortalecendo a formação na área da saúde.
O olhar para 2026 também esteve presente na entrevista. Telio Nobre revelou que a universidade estuda a ampliação de projetos pedagógicos e a implantação de novos cursos de graduação, entre eles Arquitetura, Pedagogia, Letras, Cinema e Audiovisual e Direito, reforçando o compromisso da Univasf com o desenvolvimento regional e a diversificação da oferta acadêmica.
Sobre o Hospital Universitário da Univasf, o reitor falou do papel central na assistência à saúde do Vale do São Francisco em 2025, mas que enfrentou um cenário crítico de superlotação. Ainda de acordo com o reitor, o crescimento populacional da região, aliado à falta de ampliação da estrutura hospitalar, tem pressionado o sistema.
“A população cresceu muito, mas continuamos com praticamente os mesmos leitos de 15 anos atrás. Grande parte dos atendimentos vem de acidentes de trânsito, especialmente de motocicletas. Chegamos a momentos com quase 200% de ocupação, ou seja, o dobro da capacidade prevista”, explicou.
Apesar das dificuldades, Telio Nobre destacou avanços importantes no HU, como o aumento no número de empregados públicos, a aquisição de novos equipamentos e a adoção do sistema de mutirões, que têm contribuído para dar mais celeridade aos atendimentos. “Ampliamos significativamente o número de profissionais, melhoramos a capacidade tecnológica e os novos equipamentos têm dado mais resolutividade aos procedimentos”, afirmou.
O reitor ressaltou que a Univasf está aberta ao diálogo com os entes federativos para enfrentar o gargalo da superlotação hospitalar. Entre as possibilidades, está a doação de um terreno ao lado do Hospital Universitário, que poderia viabilizar a ampliação do HU ou até a construção de um novo hospital, seja pelo Governo do Estado ou pela Prefeitura de Petrolina.
“A rede de saúde precisa ser discutida de forma integrada. A Univasf está à disposição para contribuir com soluções que melhorem o atendimento à população da região”, concluiu Telio Nobre.
Com desafios persistentes, mas também com avanços estruturais e acadêmicos, a Univasf encerra 2025 reafirmando seu papel estratégico no desenvolvimento educacional, científico e social do Vale do São Francisco, projetando novos caminhos para os próximos anos.



