No Nossa Voz desta terça-feira (05), o reitor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) e coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianelli Tolentino falou sobre a Oficina de Sustentabilidade Hídrica do Semiárido nos dias 07 e 08 deste mês em Petrolina. O evento é promovido pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco e tem como objetivo dar visibilidade a práticas sustentáveis de convivência no semiárido voltada pra preservação do Rio.
“É um evento muito importante, realizado pelo Comitê, que tem um grande propósito, que é discutir com as comunidades ribeirinhas, principalmente que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a sustentabilidade do rio e dos seus afluentes. E essa oficina vem exatamente pra tratar, principalmente, da utilização da água e da energia solar para a agricultura familiar, agricultura sustentável”, explicou Julianelli Tolentino.
Ainda segundo o reitor, o evento será um momento de apresentar práticas sustentáveis, experiências que tiveram êxito. Tolentino também destacou a presença de pesquisadores e professores de várias instituições como UFPE, Univasf, UFRN, IRPA, EcoEngenho, entre outras.
Políticas públicas de preservação do São Francisco
O reitor da Univasf também falou sobre a falta de políticas públicas eficientes que garantam a revitalização e a preservação do rio. “Com a política implantada pelo Governo (Federal), hoje nós estamos sentido uma certa dificuldade, principalmente em relação ao investimentos no que é necessário para que nós tenhamos práticas sustentáveis efetivamente sendo executadas”. Julianelli Tolentino destacou ainda que o trabalho do Comitê tem sido buscar sensibilizar o governo para o aumento no investimento para adoção de práticas sustentáveis.
Situação do Rio
O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco falou no Nossa Voz chamou a atenção sobre a situação do rio que está diretamente ligada a diminuição da vazão. “A vazão do Rio só diminui ao longo do tempo. Então isso preocupa bastante, especialmente as Regiões do Médio, do Submédio – que é a nossa- e do Baixo São Francisco. Pra você ter uma ideia, hoje nós temos medições realizadas que atestam que há salinização do leito do rio a mais de 50 quilômetros pra dentro. Isso significa que o mar está entrando no rio. Por que a vazão diminui, a força do rio diminui e, consequentemente, o que chamamos de Intrusão Salina tá acontecendo”, afirmou o professor destacando que isso prejudica diretamente a pesca, a navegação e o consumo de água do São Francisco.
