Merendeiras, porteiros e serviços gerais terceirizados que prestam serviço ao Governo de Estado nas escolas públicas de Petrolina-PE enfrentam dificuldades para receberem os salários em dia há, pelo menos, dois anos. De acordo com a denúncia feita ao Blog Nossa Voz pelo porteiro Elder Rodrigues da Silva, de 33 anos, durante esse tempo, o pagamento é feito sempre com um atraso de quase 30 dias.
“Era pra gente receber o salário no dia 5 de cada mês, mas a gente só recebe quando já é pra receber o salário do mês seguinte”, explicou. Ainda segundo Elder, só de porteiros são cerca de 80 trabalhadores nessa situação. Mas ele disse que há funcionários em situação ainda pior. “As merendeiras, por exemplo, estão há cerca de três meses sem receber”, denunciou.
Como não poderia ser diferente, o atraso salarial prejudica o dia a dia dos trabalhadores. “Eu mesmo moro em Juazeiro-BA e trabalho em Petrolina. Então estou, praticamente, pagando para trabalhar. Mas muitos se calam porque tem medo de perder o emprego”, relatou Elder Rodrigues.
Mas o problema não é novidade nem para a Gerência Regional de Ensino (8ª GRE) e nem para o Governo de Pernambuco. “Há um ano tivemos uma reunião e disseram que a gente tinha que trabalhar por amor. Vestir a camisa. Ou seja, resolver ninguém quer”, reclamou Elder.
Cansados de esperar, os funcionários da empresa Unika marcaram uma manifestação para a manhã desta segunda-feira (18) em frente a GRE de Petrolina. Agora o Sindicato Inter dos Empregados de Empresas de Asseio Conservação, Limpeza Urbana e Condomínios do Sertão de Pernambuco (Siemaco), que representa os trabalhadores, vai levar o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que o órgão possa cobrar do governo estadual pontualidade no pagamento dos salários.
A produção do Nossa Voz entrou em contato com a Secretaria estadual de Educação, mas ainda não recebemos resposta.