O ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, revelou ao Nossa Voz desta quarta-feira (19) os motivos que o levaram a ponderar a desistência da disputa pela Prefeitura de Petrolina. De acordo com Lóssio, as comorbidades adquiridas após dois AVCs (em 2002 e 2014) e uma armadilha armada na Câmara Municipal de Petrolina seriam os motivos. O ex-gestor municipal chegou a defender o adiamento das eleições deste ano diante da pandemia e afirma que está debatendo com o filho, Júlio Lóssio Filho, a esposa, Andréa Lóssio e com o presidente estadual do PSD, o deputado federal, André de Paula, quem seria o seu indicado para a candidatura majoritária.
“Uma coisa você pode ter certeza: Sendo candidato eu vou dar parte do meu sangue. Se for meu filho ou minha esposa, vou dar meu sangue todo”, prometeu.
Recentemente, Júlio Lóssio conseguiu reverter a rejeição das suas contas no Tribunal de Contas de Pernambuco, julgadas a revelia. O TCE reconheceu que o ex-prefeito não recebeu as notificações, encaminhadas ao e-mail da Prefeitura de Petrolina, ao qual ele não tinha acesso. Ao responder sobre os questionamentos feitos pelo tribunal, Lóssio garantiu ser simples explicar. “Você sabe o que é lastro financeiro [na gestão municipal]? É quando o recurso não foi aprovado pela Câmara dentro do orçamento”, justificou sobre uso da verba do Fundeb inquirido pelo TCE.
Armadilha
“O único problema que eu tenho é na Câmara de Municipal”, apontou referindo-se a uma possível armadilha articulada na Casa Plínio Amorim. Segundo Lóssio, o líder do governo, Aero Cruz, já teria elaborado um parecer recomendando a rejeição das contas do ex-prefeito já entregues ao Legislativo e isso seria consolidado após o registro da candidatura de Júlio.
“Assim que eu registrasse minha candidatura eles rejeitariam as minhas contas me tornando inelegível. (…) Estou pesando isso também e tomarei essa decisão. Marquei para ter uma conversa amanhã. Eu convidei Edinaldo Lima, o presidente estadual do meu partido, André de Paula e os filhos para tomar essa decisão. (…) A questão da Câmara pesa porque lá estão com o gatilho armado. Fizeram o parecer, eu fui notificado”, ressaltou.
Por fim, sobre a escolha entre o filho e a esposa, o ex-prefeito apontou que a esposa seria prioridade, reforçando qualidades que habilitariam Andréa Lóssio até a disputa pelo governo do estado. Entretanto, no caso de uma negativa da ex-primeira dama, Júlio Filho seria uma opção viável. “Ele me acompanha desde os 14 anos. Na última eleição, Julinho poderia ter sido candidato a deputado, mas ele foi trabalhar, cuidou da vida profissional, recebeu um convite para atuar em Brasília, montou seu escritório e agora sim pode ingressar numa disputa eleitoral. Mas depende da decisão da mãe dele que tem prioridade”.