Greve: Não é por aumento de salário, é para não perder o que já temos, diz sindicalista dos Correios

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“A população tem que saber a realidade. O governo prometeu não privatizar, é dever da União manter os serviços postais”, disse Antônio Lira. (Foto: Arquivo/ Nossa Voz)

Os funcionários dos Correios de todo país pararam as atividades por tempo indeterminado contra a retirada de direitos trabalhistas, privatização da empresa e sobre a saúde dos trabalhadores em relação à Covid-19. O Nossa Voz desta sexta-feira (21) conversou com Antônio Lira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Petrolina. De acordo com Lira, o serviço é considerado essencial na pandemia.

“Em todo país, somos mais de 30% nessa luta pois o ataque do governo está enorme. No início da pandemia, o governo classificou os correios como serviço essencial, em contrapartida tivemos que entrar na justiça para os Correios fornecer álcool em gel para os trabalhadores. Todos os serviços serão afetados, aqui em Petrolina então os serviço sempre foram assim”, pontuou o diretor.

Como receber encomendas?

“Caso consiga atendimento, o cidadão tem que se dirigir ao centro de distribuição, localizado na avenida das Nações, em frente ao antigo Sagres. Além disso, quanto o atendimento estava normal, já não tinha ninguém para atender, com o trabalhador em greve fica difícil ter o atendimento”, contou Lira.

Greve

“Vamos permanecer em greve, na realidade não era para estarmos em greve, no acordo coletivo, ano passado, os ministros foram a favor do acordo bianual, o presidente dos Correios, General Floriano Peixoto, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e proferiu essa sentença de que era só até um ano (…). O julgamento começou dia 14 e vai até hoje (21), a gente espera o bom senso de voltar com a sentença e colocar o acordo em prática. O julgamento nem acabou e a empresa já arrancou os nossos direitos”, taxou Antônio.

Privatização

“Em todas as estatais a gente observa o esvaziamento do quadro de funcionários, abre-se PDI e PDV, não se contrata, com isso os serviços perdem a qualidade. O último concurso foi em 2011, naquela época, tínhamos 136 mil funcionários, hoje temos 99 mil (…), esse ano com a pandemia, as encomendas cresceram entre 25% a 30%.

Questionado por um ouvinte sobre extravios de mercadorias, demora nas entregas e atendimento ruim, onde nenhum funcionário fala a respeito o trabalhador foi incisivo. “Eu falo como representante do trabalhadores, essas pontuações é com a assessoria dos Correios”.
(Por: Iara Bispo/ Nossa Voz)