Na opinião do secretário de estadual de educação, Fred Amâncio, o retorno das atividades na rede estadual tende a ser mais tranquila. Em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira, o gestor apontou que a faixa etária mais avançada do alunado garantirá o cumprimento das regras de higiene pessoal, etiqueta e distanciamento necessários para evitar o contagio pelo coronavírus.
“Além de ter o protocolo, que é importantíssimo, que foi divulgado há mais de um mês. A gente, na semana que vem, vai divulgar mais uma versão dele com alguns aprimoramentos. Ele está alinhado com as medidas adotadas em outros Estados e outros países onde a experiência já foi vivenciada”.
De acordo com Amâncio, o documento trás mais indicações de comportamentos do que adequações de infraestrutura. “Não adianta a gente dizer sobre a importância de lavar as mãos se você não lavar as mãos
Mesmo assim, está prevista as distribuições de máscaras para todos os estudantes da rede (cerca de 60 mil); face shield para os cerca de 30 mil professores da rede; termômetros para monitoramento nas escolas; totens com álcool em gel; ampliação do volume de compras de itens de limpeza e aumento do número lavatórios nas unidades de ensino.
Prejuízos
“É necessário que todos entendam a importância do plano de retomada. Vejo o cuidado especial dos pais com seus filhos no dia a dia. Infelizmente não é a realidade da maior parte das nossas crianças e jovens. E escola cumpre um papel muito importante no desenvolvimento social, de aprendizagem, mas também do ponto de vista de proteção desses alunos. Infelizmente, os jovens quando não estão na escola, muitas não estão mais em casa porque são um pouco mais velhos, Ficam expostas ao crime, as droga e outras questões, além dos pontos que destaco sobre a violência, abusos e segurança alimentar”, ressaltou ao Nossa Voz.
Portanto, existe por parte do secretário, o temor pelo abandono escolar. “Nós temos cerca de 50 mil vagas que não são ocupadas todos anos. Já há pesquisas que apontam que esse ano os jovens estão desestimulados e vão abandonar a escola. E quando abandonam, a maior parte infelizmente não volta. É um prejuízo que a gente nunca mais vai recuperar”.
Por fim, Fred Amâncio ainda argumenta que, com o retorno das atividades e a maior circulação de pessoas nas ruas, não deveria cair sobre as escolas a classificação de risco para contágio pelo coronavírus. “A partir do momento que a gente avança na abertura das atividades, com os adultos circulando, as crianças e jovens não são o grupo de risco. Os adultos que são. E se todos estão circulando, retomando suas atividades, à sua vida normal, se privarmos as crianças e jovens, a gente na verdade está concentrando todo o prejuízo da pandemia neles”.