Paralisação: Estimativa aponta fechamento de 30% das empresas de eventos e entretenimento no VSF

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(Foto: Reprodução)

Sem faturamento desde março deste ano, a estimativa é de que 30% empreendimentos do setor de eventos e entretenimento do Vale do São Francisco não conseguirão retomar suas atividades quando houver a retomada desses serviços. De acordo com a empresária do ramo, Jackeline Maia, já são 1500 famílias prejudicadas por esse cenário. A notícia sobre a liberação de eventos corporativos para até 100 pessoas, tanto na Bahia quanto em Pernambuco, ascendeu ainda mais a indignação dessa categoria, que pede explicações das autoridades estaduais.

“Estava ouvindo você falar que estão liberados eventos para até 100 pessoas e a gente entende, é obvio que essa foi uma jogada para liberar essas convenções em que estamos vendo os absurdos acontecendo aos nossos olhos. As autoridades precisam se explicar”, cobrou.

Ressaltando não tratar-se do retorno de festas com intensa aglomeração como ocorria antes da pandemia, Jackeline relembra a importância dessa cadeia produtiva multissetorial. “Eu entendo que, quando a gente se levanta para fazer um casamento, um batizado, para 30, 40, 50 pessoas, fazendo tudo como mandam os protocolos, mantendo o distanciamento, em festas, muitas vezes sem bebida alcoólicas ou numa festa para pessoas que já convivem, quando você faz um evento pequeno, olha só quem vem comigo: o fotógrafo, maquiadora, local, bolo, segurança, garçom. É uma cadeia produtiva, olha quantas pessoas se levantam para trabalhar quando o evento pequeno acontece”.

Falência

Sem alternativas para aferir renda, muitos profissionais da área de eventos e entretenimento já estão encerrando suas atividades. Inclusive músicos que atuavam em bares e restaurantes da cidade. “A gente tem uma perspectiva de que pelo menos 30% dessas empresas não retomam as atividades. Quando a gente fala de empresas, estamos tratando daquelas que tem um ou 50 colaboradores. Todas contam. Um músico, por exemplo, é uma empresa e emprega muita gente. Aqui nós estamos vendo músicos vendendo instrumentos, equipamentos, porque precisam sobreviver. Eram pessoas que faziam eventos nos finais de semana para se sustentar e estão parados há muito tempo”.

A situação se agrava ainda mais pela falta de amparo ou subsídios ofertados pelos governos federal, estadual ou municipal. “Muitos deles não tem auxílio, quem tem empresa não tem auxílio. Estão vivendo de favor e da ajuda dos amigos. Então até quando? Eu preciso chamar atenção para tudo isso. E a gente imagina que pelo menos, por baixo, 30% dessas empresas não retomam as suas atividades”.

Manifestação

Por fim, Jackeline Maia reforçou o convite a todos, para participarem da manifestação desta sexta-feira, idealizada pela categoria. “Nós temos um grupo com em média 150 empresários que vão estar presentes nesse evento, às 08h30 da manhã na Concha Acústica, com apresentação de artistas locais, das nossas propostas. É um ato para chamar a atenção e a gente faz um apelo aos outros empresários e setores da economia da área de eventos e entretenimento que se sentem prejudicados para que compareçam a esse ato, que venham encorpar, venham dar vida a esse ato que é para todos nós. Eu não falo por mim, mas por uma categoria, uma cadeia produtiva que está prejudicada com tudo isso. E faço um convite a sociedade que nos apoia e que eu sei que entende o que a gente quer fazer, com responsabilidade”.