A direção do Sindicato dos Trabalhadores em educação de Pernambuco aguarda a notificação oficial do Tribunal Justiça de Pernambuco que dobrará a multa já estipulada para a entidade, caso esta mantenha a greve iniciada à meia-noite desta quarta-feira (21).
A informação foi repassada ao Nossa Voz pelo presidente do Sintepe, Fernando Melo. A paralisação foi decidida em assembleia virtual realizada pela categoria e estaria em desacordo com a liminar anterior, que pôs fim a outra greve deflagrada no último dia 06 de outubro.
Cronograma descumprido
De acordo com Melo, o Governo do Estado descumpriu os acordos firmados no início de mês quanto ao cumprimento do cronograma definido em conjunto entre as entidades em questão. “Vinhamos discutindo com o governo num processo bem construído, inclusive pela secretaria de educação, que construiu uma agenda com datas destinadas para as visitas às 750 escolas que oferecem o Ensino Médio na rede estadual de ensino e uma série de outros itens acompanhados pelo sindicato e discutidos também com a Secretaria de Educação”, relatou.
Entretanto, o sindicalista apontou o descumprimento desses acordos, por parte das Secretarias de Educação e de Administração, quando, na última segunda-feira (19) pela manhã, encerrou os prazos e instituiu a data de retorno às salas de aulas. “Ainda tínhamos uma quantidade significativa de escolas que precisavam ser visitadas para verificação in loco das e condições estruturais e sanitárias. Esse era um dos itens para a categoria avaliar em assembleia a possibilidade de retorno. Só que o indicativo da Secretaria de Educação apontava para o dia 21 e até lá não teríamos a condição de verificar todas as escolas uma vez que, na segunda feira, quando fizemos a reunião, nós havíamos visitado apenas 352 escolas”, lamentou.
Detalhamento sobre covid
Melo também revelou a necessidade de uma análise aprofundada dos números da covid-19 e isso também teria isso impossibilitado. “As Secretarias de Educação e saúde nos apresentaram dados atualizados sobre a covid em Pernambuco. Nós do Sintepe não somos da área médica, então precisamos receber esses dados e encaminhar para o especialista para que fossem os dados analisados para passar em assembleia da categoria. Não houve tempo necessário para que pudéssemos dar esse encaminhamento”.
A agenda construída no acordo ainda previa a discussão de pontos relacionados as condições de trabalho. “Temos outras duas questões, uma da área pedagógica e outra das relações de trabalho, cuja agenda ainda seria marcada para fazermos o fechamento de todos esses elementos que foram negociados na semana passada. (…) O Governo bateu o pé dizendo que teria que voltar no dia 21. Da nossa parte colocamos que poríamos até voltar, mas não no dia 21. Era preciso fazer todos os encaminhamentos do processo e era necessário fazer os encaminhamentos em assembleia porque ela é soberana”, justificou.
Multa dobrada
E mesmo diante da nova decisão do TJPE de aumentar para R$ 100 mil a multa ao Sintepe caso seja mantida a paralisação, Fernando Melo ressalta a continuidade da greve. “Oficialmente não fomos notificados. Assim que chegar vamos nos reunir. O jurídico do sindicato já está trabalhando em nossa defesa. Por enquanto a greve está mentida. A orientação do sindicato do não retorno as aulas nas escolas públicas estaduais. Estamos convocando a categoria para que possa aderir a esse movimento”.