Dois dias após suspender a realização dos testes da Coronavac, vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu liberar o estudo no Brasil. No país, o imunizante é produzido pelo Instituto Butantan, que é ligado ao governo de São Paulo.
“A Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG [evento adverso grave] inesperado e a vacina”, disse o órgão em comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira (11). A liberação foi feita após a Anvisa receber os dados do comitê internacional de segurança com esclarecimentos sobre o evento adverso.
A paralisação havia sido anunciada na noite de segunda (9), sob o argumento de que foi detectado um “evento adverso grave”, mas que posteriormente, se esclareceu que o fato em questão não teve relação com a vacina. Se tratou de um suicídio.
Até a resolução do entrave, no entanto, a questão foi politizada. Em um comentário feito no Facebook, na manhã de terça (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a dizer que era “mais uma que Bolsonaro ganha”, levantando suspeitas sobre a medida adotada pela Anvisa.
Bolsonaro já se declarou contrário a vacina chinesa, tanto por sua origem no país asiático quanto pela influência do governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), no acordo para a produção do imunizante no Brasil.
Desde ontem, o Instituto Butantan destacou que não entendia o motivo da suspensão, já que o evento identificado não tinha relação com a vacina. O instituto disse ainda que enviou duas cópias das notificações sobre a morte do voluntário à Anvisa, que alega não ter recebido os devidos esclarecimentos inicialmente. O órgão regulador ressaltou que a suspensão foi “técnica”, assim como a liberação ocorrida agora. (Fonte: BN)