Prazo de validade pode levar governo federal a descartar 6,8 mi de testes da Covid-19

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Member of the medical staff take blood sample to a court staff member during a rapid test for the COVID-19 coronavirus at the Denpasar court in Denpasar, on Indonesia's resort island of Bali on August 14, 2020. (Photo by SONNY TUMBELAKA / AFP)
(Foto: SONNY TUMBELAKA / AFP)

Um lote de 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do novo coronavírus comprados pelo Ministério da Saúde perde a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021, o que pode ocasionar o descarte do material.  

De acordo com reportagem no Estadão, os exames do tipo RT-PCR estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos e, até este domingo (22), não foram distribuídos para a rede pública. 

Desde março, o SUS aplicou cinco milhões de testes deste tipo. Nesta comparação, o Brasil pode acabar jogando fora mais exames do que já realizou durante a pandemia. 

Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.

A responsabilidade pelo prejuízo que se aproxima virou um jogo de empurra entre o ministério, Estados e municípios, isso porque a compra é feita pelo governo federal, mas a distribuição só ocorre mediante demanda dos governadores e prefeitos. 

Enquanto um diz que sua parte se resume a comprar, os outros alegam que o governo entregou material incompleto, falta de capacidade para processar as amostras e de liderança do ministério nesse processo. 

Os dados sobre o prazo de validade dos testes em estoque estão registrados em documentos internos do ministério, com compilação de dados até o último dia 19. Relatórios acessados pelo Estadão indicam que 96% dos 7,15 milhões dos exames encalhados vencem em dezembro e janeiro. O restante, até março. 

O ministério já pediu ao fabricante análise para prorrogar a validade dos produtos. A falta de outros componentes para realizar testes, um dos problemas que travam o fluxo de distribuição, porém, deve continuar.