Pernambuco completou 38 meses consecutivos de retração dos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs). É o que apontam os números divulgados pela Secretaria de Defesa Social nesta sexta-feira (13).
Os dados mostram que, em outubro passado, houve uma diminuição de 38,3% em relação ao mesmo mês de 2019 – de 6.159 queixas o ano passado, foram registradas 3,8 mil em 2020.
Compilando dados desde janeiro, os dez meses somaram 44.381 roubos, uma diferença de -34,89% em comparação ao período equivalente de 2019, quando foram registrados 68.163 caso
“É um longo período de tempo em que os pernambucanos estão sofrendo menos com a ação de criminosos, com a subtração de bens e ameaça à integridade física. Em 38 meses, vivenciamos a pré-pandemia, a chegada da pandemia, o isolamento social mais rígido e, neste momento, a retomada da convivência nas vias públicas. Não ocorreu a onda de saques e arrombamentos que alguns imaginavam, e mantivemos a retração dos crimes patrimoniais quando as pessoas retornaram às suas atividades presenciais, com a reabertura dos serviços e da economia”, destacou o secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua.
Essa sequência já é o dobro da segunda maior série mensal de quedas da história do Pacto pela Vida. Entre julho de 2009 e janeiro de 2011, foram 19 meses consecutivos de recuo.
A retração envolveu todas as modalidades criminosas e foi verificada tanto no Sertão e Zona da Mata quanto no Agreste e Região Metropolitana do Recife, com destaque para a capital.
Recuo no Recife
O mês de outubro de 2020 apresentou a mais baixa incidência em toda a série histórica da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) no Recife.
Os 1.370 CVPs registrados na cidade no 10º mês deste ano correspondem à praticamente a metade dos 2.688 notificados no primeiro outubro da sequência, iniciada em 2005.
Até então, o menor havia sido o de 2012, com 1.680. Em comparação com o mesmo mês de 2019, que computou 2.148 casos, a queda em outubro do ano atual chegou a -36,2%.
A capital pernambucana também acumula a redução mais significativa de janeiro a outubro entre as regiões. Houve -40,17% roubos, comparando esse intervalo em 2019 e em 2020. Uma diferença de 10.010 casos a menos, caindo de 24.921 para 14.911 ocorrências. No mesmo período de 2019 a Polícia Civil recebeu 2.148 queixas; este ano, foram 1.370.
“A Covid-19 não paralisou o crime, mas as polícias intensificaram os trabalhos, da prevenção à repressão, para manutenção da ordem e proteção social em meio a um cenário socioeconômico complexo e de vulnerabilidade no Estado e em todo o País”, complementa o secretário.
Agreste, Zona da Mata, RMR e Sertão
Depois do Recife, a Região do Agreste pernambucano se destacou com a maior retração de janeiro a outubro, com pelo menos 4 mil roubos a menos.
Já a Zona da Mata apresentou percentual semelhante de 32,76%, ao passar de 6.472 para 4.352 queixas. Desempenho próximo ao da Região Metropolitana – excluindo a capital -, que saiu de 20.741 para 14.242 CVPs no período, equivalente a -31,33%.
Também o Sertão retraiu de 3.389 para 2.445, variação de -27,85%.
Roubo a ônibus e a celulares
No último outubro, foram registradas 41 ocorrências de roubo a ônibus, contra 60 casos no mesmo período de 2019, o que significa a diminuição de 31,67%. No acumulado dos dez meses, a queda chegou a 25%, passando de 700 para 525.
Em relação a celulares, de acordo com a SDS, o programa Alerta Celular tem ampliado a apreensão de telefones roubados. Em outubro de 2020, foi o mês com o maior número de recuperações: 1.222, de um total de 7.790 no acumulado do ano.
A população pode aderir ao programa, alertando as Polícias Civil e Militar na recuperação de aparelhos, efetuando o cadastro pelo site www.sds.pe.gov.br. Ao registrar o IMEI do telefone e informações de contato, quem for vítima de roubo pode ter o aparelho de volta caso policiais consigam apreendê-lo em abordagem ou operação.
Agências bancárias, roubo a veículos e de transportes de cargas
A cerca de investidas em instituições bancárias de Pernambuco, a Polícia Civil não recebeu queixa por crime cometido contra agências, caixas eletrônicos ou carros-fortes no decorrer de outubro deste ano.
Em janeiro, de acordo com os números, houve queda de 22% em relação ao mesmo intervalo de 2019. Neste período, 34 pessoas foram presas pela prática desse crime contra instituições financeiras.
Já sobre roubos de veículos e transporte de cargas, a redução foi respectivamente de 53,07% e de 56%, em relação ao mesmo mês de outubro de 2019.