Nesta quarta-feira (27) o gabarito das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram divulgados pelo Inep e houve certa polêmica em relação a algumas alternativas apontadas como corretas, visto que expressavam preconceitos e racismo.
- pontava como correta uma alternativa que dizia que a mulher negra que não quer alisar seu cabelo tem argumentos “imaturos”;
- dizia que o Google associava nomes de pessoas negras a fichas criminais por causa da “linguagem”, não do “preconceito”.
Após ser acusado de racismo nas redes sociais, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova, corrigiu o gabarito e disse que foi encontrada “uma inconsistência no material”. (Entrevista cedida ao portal G1)
“A autarquia verificou que uma modificação feita no gabarito após o retorno das provas para o Inep não foi salva no banco de dados. Em função disso, a área técnica providenciou uma revisão no material e o instituto já disponibilizou as versões corrigidas no seu portal”, afirma a nota.
A primeira pergunta em discussão faz parte da prova de inglês e traz um trecho da obra “Americanah”, da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichi. No excerto, duas mulheres negras conversam em um salão de cabeleireiro. A profissional, Aisha, recomenda que a cliente, Ifemelu, alise os fios para “ficar mais fácil de penteá-los”. A jovem não aprova a ideia: diz que gosta do seu cabelo natural, “como Deus o fez”.
Em seguida, há o trecho, em tradução para o português: “Não é difícil pentear se você hidratar corretamente “, disse ela [Ifelemu], assumindo o tom persuasivo que ela usava sempre que tentava convencer outras mulheres negras sobre os méritos de usar seu cabelo natural”.