A possibilidade de a decisão sobre a compra do segundo lote de 54 milhões de doses da CoronaVac, ao Instituto Butantan, correr o risco de ficar para a data-limite do contrato firmado entre a instituição e o Ministério da Saúde, desencadeou uma onda de pressão para que o negócio seja fechado o quanto antes. Como forma de fazer a pasta a confirmar a obtenção do fármaco, governadores e deputados federais entraram no circuito para desfazer o impasse entre os governo federal e de São Paulo.
O presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do tema da vacina no Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT-PI), disse que os chefes dos Executivos estaduais comprarão os imunizantes se for necessário. “Essa vacina, nós vamos querer para o Brasil. Em primeiro lugar, queremos a compra pelo ministério. Não sendo possível, a obtenção será por meio dos estados”, afirmou. Em outro movimento de pressão, deputados da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid da Câmara remeteram ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pedido para que a pasta feche logo a compra do lote adicional da CoronaVac.
A preocupação veio à tona depois que o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, deu a entender, em entrevista à rádio CBN, ontem, que a decisão pode ser tomada “na semana que vem ou até dia 30 de maio”. O acerto diz que o governo federal tem até 30 dias após a entrega da última remessa (de 9,9 milhões) do lote de 46 milhões de doses – prevista para acontecer até 30 de abril – para manifestar o interesse no volume adicional.
“Podemos tomar essa decisão semana que vem ou até dia 30 de maio, porque continuamos negociando com outros laboratórios”, afirmou. O contrato, firmado em 7 de janeiro, prevê um lote de 46 milhões de doses, que serão entregues até o fim de abril. Na última quarta-feira, o diretor do Butantan, Dimas Covas, cobrou uma resposta do governo federal sobre as doses adicionais, ameaçando exportar os imunizantes para países da América Latina se não tivesse um retorno da pasta até o fim desta semana. (Diario PE)