A pesquisa foi realizada na última quinta-feira (25), pelo coordenador do estudo sobre a evolução da pandemia no Vale do São Francisco, Doutor em economia aplicada, João Ricardo de Lima, do colegiado de Economia da Faculdade de Petrolina – Facape. De acordo com os resultados, avaliados entre os dias 18 e 24 de março, o estudo concluiu que não teria sido necessário fechar as atividades comerciais para aumentar o isolamento social, caso as pessoas continuassem com o mesmo comportamento que apresentavam antes da vacinação.
Na semana do fechamento de atividades comerciais “não-essenciais”, a pesquisa analisou os índices de isolamento social da cidade de Petrolina, que são disponibilizados pelo Ministério Público de Pernambuco, entre os dias 18 e 24 de março, e neste período o índice foi de 43,3%. Essa projeção indica que houve um aumento em relação à semana anterior, que teve um índice médio de 37,3%. São cerca de 6 pontos percentuais a mais.
“Comparando com o início da pandemia, em março de 2020, cujo valor médio foi de 50,5%, isso indica uma queda de quase 7%. Se a comparação for feita com a última semana do segundo isolamento mais rígido, que ocorreu entre os dias 16 e 22 de julho do ano passado, o valor é mais semelhante, 41,8%, taxas estatisticamente iguais”, analisou.
Com uma semana antes de completar um mês do início da vacinação, o índice de isolamento médio foi de 40,3%, estatisticamente igual a 43,3%, segundo a pesquisa, que considera um nível de significância de 5%. Completados um mês do início da vacinação, o índice de isolamento médio caiu para 34,1%, número menor em relação aos 43,3% da primeira semana do decreto de 2021 e menor que a semana antes de completar um mês do início da vacinação, onde o índice de isolamento atingiu os 40,3%.
“Não teria sido necessário fechar as atividades comerciais para aumentar o isolamento social, caso as pessoas continuassem com o mesmo comportamento antes da vacinação, que ocorre de forma lenta e não significa que a pandemia acabou. Aparentemente houve um efeito psicológico que aumentou a sensação de proteção, notadamente em relação às pessoas mais velhas, que estavam se vacinando. Muita mídia foi feita no sentido dos mais jovens evitarem aglomeração para proteger seus familiares mais velhos”, explica o coordenador João Ricardo de Lima.
O pesquisador ainda destaca que estas novas variantes são mais contagiosas e letais nos mais jovens também, algo que não se via anteriormente, “Faltou um processo maciço de programas de esclarecimento e conscientização das pessoas, somado com a intensificação de controle de aglomeração. Infelizmente o que se economizou com este tipo de ação não vai ser suficiente para pagar os prejuízos do comércio esses dias fechados e, ainda pior, não vai trazer de volta aqueles que vieram a falecer em decorrência da Covid”, conclui.