Amigos há mais de 30 anos, Guilherme Coelho lamenta morte de Raimunda Sol Posto: “Vamos sentir muito a falta dela”

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Consternado com o falecimento de Raimunda Sol Posto, o presidente da Abrafrutas e amigo da ex-vereadora, Guilherme Coelho, compartilhou com os ouvintes do programa Nossa Voz desta terça-feira (06) um pouco da trajetória política e da vocação humanitária dela. Embalado na esperança da sua recuperação, Guilherme revelou ter conversado com a filha de Raimunda na tarde de ontem, quando recebeu notícias animadoras sobre o estado de saúde da ex-parlamentar, que estava internada há 11 dias em um hospital particular de Petrolina. “Não existiu uma pessoa mais devotada as pessoas doentes do que Raimunda”, relembrou.

“Eu vou falar agora de 30 anos atrás, quando eu fui prefeito pela primeira vez. A casa de Raimunda não era a casa dela e da família dela. Era uma casa de pessoas que ela abrigava e que precisavam ficar nas filas dos hospitais. Então quando você ia vê-la, tinham uma, duas, três, quatro, cinco pessoas nos corredores, nos quartos, em todo canto, que estavam aguardando vagas. Raimunda tinha uma capacidade enorme de comunicação e de fazer amizades. Com um telefonema ela internava uma pessoa em Recife, conseguia uma operação em Recife porque ela tinha uma ligação e as pessoas a respeitavam pela devoção”.

Guilherme Coelho também reforçou o compromisso de uma vida com a cultura e o desenvolvimento da Ilha do Massangano. “A vida dela foi dedicada a pessoas que precisavam cuidar de alguma enfermidade. Ela também tinha a parte cultural dela. Foi ela que inventou, junto com as mulheres da Ilha do Massangano, o Samba de Véio. Fez uma casa e ia para lá nos finais de semana, sempre arrodeada pelos filhos e netos”.

A relação de Raimunda Sol Posto com o eterno deputado Osvaldo Coelho foi outro ponto exaltado entre as lembranças citadas. “Ela era de uma lealdade política ilimitada com meu pai. O santinho de Raimunda Sol Posto não era só dela. Era dela e de Osvaldo Coelho. Nas campanhas de Osvaldo Coelho ela não tinha limite de horas, nem limite de acesso às pessoas e pedir o voto. Eu tive a oportunidade de uma convivência muito grande com ela. Vai fazer muita falta, pense que vai fazer muita falta e não é pouco não”.

A bandeira política sempre hasteada em defesa da saúde trouxe não apenas benefícios para a população. Também cativou amizades verdadeiras. “Agora mesmo, ela foi candidata a vereadora, quase chega lá, ficou na suplência. E nos mandatos que ela teve como vereadora, foi defendendo sempre a saúde. Ela tinha bandeira. Do mesmo jeito que Guilherme hoje defende o agronegócio e os produtores, Osvaldo defendia a irrigação e a educação, Raimunda defendia a saúde. Era incansável, não tinha hora, não tinha nada. As pessoas ligavam para a casa dela às 02h, 03h da manhã dizendo que estavam doentes e ela não tinha conversa e chegava junto. Tinha uma moral grande com esses médicos de Petrolina. Os médicos atendiam porque sabiam que por trás de um pedido dela vinha um pedido de alguém que estava precisando. Ela era amiga dos médicos e eles a consideravam muito”.

Ciente da perda irreparável, Guilherme Coelho orou pelo consolo da família Sol Posto. “É um dia muito triste para a comunidade de Petrolina, dia muito triste para todos nós e eu peço a Deus que conforte toda a família de Raimunda. A gente tem uma expressão que diz que é uma família cachinho de uva, porque num cachinho de uva as bagas ficam todas juntas e Raimunda sempre estava ali com as meninas ao redor dela, todas ali encangadas, no bom sentido da palavra, sempre próximas delas. E sem falar no seu inseparável Moreto, que é uma figura muito agradável, com uma risada larga que se dava sempre com ela. Enfim, é um dia muito triste e eu queria registrar e pedir a Deus que conforte a família e conforte a todos nós, que vamos sentir muito a falta dela”.

Por fim, Coelho deixou uma mensagem para que todos reforcem os cuidados para evitar o contágio pelo coronavírus. “Cuidem-se pelo amor de Deus. Eu tenho rezado muito e pedindo a Deus pelo mundo. Não quero pedir a Deus apenas pela minha família, a gente tem que ser grande e largo e pedir pela saúde do mundo, entender qual é a mensagem de Deus. Esses dias, conversava com uma amiga minha que dizia que a mensagem de Deus não é a mesma para todos. Deus está querendo com a covid dizer que cada um reflita sobre sua vida, sobre o amor, a doação, o bem-estar do próximo. Que sejamos cada vez menos egoístas, menos materialistas e que possamos dar a mão ao semelhante que está em frente. Foi tudo que Deus pediu e foi a Páscoa anteontem onde Ele vive e morreu por nós. O que Ele quer é que nós demos amor uns aos outros”, considerou.