Ao completar 41 semanas de gestação, depois de 11 anos sonhando ser mãe de uma menina, a dona de casa Gleiziane do Nascimento Fraga, de 35 anos, descobriu que foi contaminada pelo coronavírus. Os últimos dias para a chegada de Emanuela foram de medo, mas a esperança não faltou.
No dia 17 de maio, Gleiziane entrou em trabalho de parto e foi para o Hospital Materno Infantil de Juazeiro. Avisou à equipe médica que estava com Covid-19, e recebeu um tratamento diferenciado. Colocada na ala especial da maternidade, ela seguiu em trabalho de parto até o dia 18, quando deu à luz Emanuela, de 47 centímetros e 2.990 kg, forte e saudável. O bebê testou negativo para Covid-19 para a alegria de toda a equipe nos dias que se seguiram em repouso e observação, até esta quinta-feira (24) quando ambas receberam alta médica. Agora, ela voltará para casa para apresentar a pequena Emanuela ao irmão Ian, de 11 anos.
“Minha força eu concentrei toda na minha filha. Não me desesperei. A médica me passou remédios para melhorar a imunidade e eu superei tudo porque meu sonho era ter minha filha. Nós duas vencemos. Quando eu coloquei ela no colo senti uma felicidade que não sei explicar”, conta entre lágrimas, Gleiziane.
Segundo a coordenação de enfermagem do Hospital Materno Infantil de Juazeiro, os casos de parturientes com coronavírus estão mais recorrentes nessa segunda onda da pandemia. “Como profissional de saúde, ver bebês como Emanuela nascendo, traz esperança. A Covid tem levado muitas vidas, principalmente no nosso convívio profissional, que estão na linha de frente. Ver uma puérpera com seu bebê no colo, lágrimas nos olhos ou sorriso no rosto, e que tudo deu certo, nós temos esperança de dias melhores”, relata a coordenadora de Enfermagem do Hospital Materno Infantil de Juazeiro, Érica Góes.
Maternidade
O Hospital Materno Infantil de Juazeiro atende mulheres de 53 municípios que compõem a rede PEBA (hospitais de Pernambuco e Bahia), realizando cerca de 400 partos por mês de baixa complexidade.